Governo pede ajuda da Suíça para consertar relógio destruído por extremistas no Planalto

Publicado em 20 de janeiro de 2023

A Curadoria dos Palácios Presidenciais acionou técnicos de uma relojoaria da Suíça para eventual apoio no conserto do relógio Balthazar Martinot, destruído por extremistas durante invasão do Palácio do Planalto, em Brasília, em 8 de janeiro.
Embora ainda não haja previsão da vinda dos profissionais suíços ao Brasil, a Curadoria, comandada pelo arquiteto Rogério Carvalho, já iniciou as tratativas.
O relógio do século 17 foi doado pela Corte francesa a dom João 6º. O objeto ficava no 3º andar, onde está localizado o gabinete do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foi fabricado por Balthazar Martinot, relojoeiro do rei Luís 14. Existem apenas dois relógios desse autor — o outro está exposto no Palácio de Versalhes, na França.
De acordo com Carvalho, será possível realizar a recuperação da maioria das obras vandalizadas, mas é “muito difícil” a restauração do relógio de Balthazar Martinot.
“O valor do que foi destruído é incalculável, por conta da história que ele representa. O conjunto do acervo é a representação de todos os presidentes que representaram o povo brasileiro durante esse longo período. É esse o seu valor histórico”, disse Carvalho. “Do ponto de vista artístico, o Planalto certamente reúne um dos mais importantes acervos do país, especialmente do modernismo brasileiro”, completou.
A ministra da Cultura, Margareth Menezes, fez uma declaração nesta semana no mesmo sentido. “O relógio talvez seja a obra mais sensível. Existe um outro daquele tipo, de tamanho menor. Está muito danificado. Não está fechada [a avaliação sobre reparos], mas está bastante danificado”, afirmou.

Imagens
Novas imagens exibidas uma semana após a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes mostraram as ações dos extremistas dentro do Palácio do Planalto, onde destruíram o relógio histórico e uma obra de arte. As câmeras de segurança também flagraram o rosto das pessoas que invadiram o prédio.
No vídeo gravado por câmeras de segurança do 3º andar, é possível ver o momento em que um homem joga o relógio de Balthazar Martinot no chão e derruba mesas e cadeiras. Outras imagens ainda mostram os invasores arrancando cortinas e quebrando vidros do palácio.
A Polícia Federal (PF) teve acesso a imagens que mostram o homem responsável por destruir o relógio. O vândalo ainda não foi identificado, e o registro pode ajudar nas investigações. Vestido com uma camisa com o rosto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o extremista foi flagrado pelas câmeras de segurança ao derrubar o objeto.
A invasão dos prédios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto por extremistas neste domingo (8) em Brasília deixou um rastro de destruição no patrimônio público e em obras de artes. Uma delas foi o quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti, que foi rasgado em seis lugares.
A obra, de 1962, ficava no terceiro andar do Palácio do Planalto. Avaliada entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões, a tela é uma das mais importantes do artista que foi um dos ícones do Movimento Modernista da década de 1920
Foto: REPRODUÇÃO/TWITTER
R7

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