Guardas-civis agridem jovem negro e liberam amigos brancos durante abordagem na Grande SP

Publicado em 31 de março de 2024

Guardas-civis de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, agrediram um jovem negro de 22 anos após uma abordagem na madrugada desta quinta-feira (28). Segundo a família do rapaz, antes de iniciarem as agressões, os agentes públicos liberaram três colegas brancos que acompanhavam a vítima.
“Meu caçula foi espancado pela polícia [GCM]. Por quê? Porque não tinha a mesma cor que os colegas que estavam junto com ele. Os colegas brancos foram liberados e meu caçula ficou para ser humilhado, espancado, acabando com o melhor que ele tem, que é a fé nas pessoas”, lamentou Sueli Bastos, mãe do jovem.
A mãe conta que o filho voltava de uma festa com os amigos por volta das 4h e já estava próximo à residência da família quando foi abordado. Os três colegas estavam em duas motos, e o jovem negro, a pé.

‘Neguinho de merda’, ‘lixo’, ‘inútil’
“Os policiais pediram para eles se retirarem e ficar só eu. Foi quando começaram os chutes, os murros, os tapas. Me chamaram de ‘neguinho’, ‘seu bosta’, ‘inútil’. Pelo simples fato de eu estar indo para casa. Falaram de eu ser ‘um lixo’, ‘neguinho de merda’, dentre algumas outras que eu prefiro não relembrar”, desabafou a vítima.
Logo após as agressões, o jovem tentou gravar vídeos que mostrassem os guardas municipais, mas não conseguiu segurar o celular, já que estava atordoado.
“Não é a primeira vez, [mas] foi a mais impactante. Eu espero que se faça justiça. Que eu não tenha que me preocupar quando eu sair na rua de noite.”
A mãe contou que o filho não foi revistado e não passou por qualquer procedimento feito em uma abordagem de rotina: “Só bateram”.
“Eu estou chorando desde ontem. As mães que passam por isso sabem como é. Sabem que isso dói e machuca. É como se tivessem feito comigo.”
“Eu queria que o pessoal que cuida dessa GCM do município reavaliasse esses profissionais, chamassem eles, verificassem e punissem, porque é isso o que eu quero, que eles sejam punidos”, afirmou Sueli.
Em nota, a Prefeitura de Taboão da Serra disse que “repudia qualquer forma de violência, agressão física, verbal ou qualquer tipo discriminação e que está firmemente comprometida em combater tais atos”.
A gestão municipal informou também que a Corregedoria da Secretaria da Segurança Pública da cidade abrirá uma sindicância para investigar o caso, “garantindo que os responsáveis sejam afastados de suas funções”.

G1

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