Inimigo meu

Publicado em 24 de agosto de 2015

Na falsa corrente de ar daquele que insiste em rir pelo fato de não te suportar, não está a presença do teu inimigo. Muito mais metamorfoseado do que os Moinhos de Ventos de Cervantes, ainda não está o inimigo. Translúcido no estresse do dia a dia, o inimigo ainda não se faz presente. É possível até que o mesmo se beneficie pelo fato de sofrermos, e o sofrimento para um inimigo é uma estranha forma prazer, a sua dor alimenta a alegria do seu algoz.
O inimigo insiste em não te dar sentido, pois sem rumo , estamos mais perdidos do que cego em tiroteio, e o que nos resta são mais do que dúvidas, são incertezas. Na dúvida não titubei, caminhe para frente.
O inimigo aplaude o seu percalço e distribui acenos a cada chão que você beija contra sua vontade.
Mas é o inimigo que te dá sentido a rota, que te faz mostrar que o contrário do que ele pensa ainda pode ser tentado.
O inimigo te mostra que a vontade da sua derrota, impulsiona o adversário à vitória.
E que a vitória do adversário também pode ser vista com impulso para o inimigo na próxima esquina.
O inimigo está sempre por traz, a espreita, oculto no mais sinistro lugar, o mundo da variáveis da culpa. O universo tenebroso da não razão, onde o lógico é não acreditar em nada, é perceber apenas o barulho do lixo que os cães vira latas insistem em mexer na busca vã por um pouco de auto estima estragada.
O inimigo é uma parte nossa que insistimos em negar, mas que está tão presente nos garantido a possibilidade de um futuro de boa ou péssimas qualidade.
No triunfo final, no grande embate, na prestação de contas onde o duelo entre vida e morte se faz presente, a nossa vitória se faz pela imortalidade, o inimigo vence quando a vida nos esquece.
Perdão e agradecimento ao nosso inimigo íntimo.

Jornalista

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