Israel aceita libertar 400 presos palestinos em troca de 40 reféns do Hamas e deve suspender bombardeios em Gaza nos próximos dias

Publicado em 27 de fevereiro de 2024

O presidente Joe Biden, dos Estados Unidos, afirmou nesta segunda-feira (26) que ele espera que até a segunda-feira que vem haja um acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que estão em guerra desde 7 de outubro do ano passado.
Ele fez a declaração em uma sorveteria, durante um evento político na cidade de Nova York.

Israelenses vão ao Catar
De acordo com a rede Al Jazeera, Israel aceitou trocar 400 prisioneiros palestinos por 40 mulheres e idosos que ainda são reféns do Hamas na Faixa de Gaza.
Autoridades israelenses viajaram ao Catar, onde o Hamas tem seu escritório político, para trabalhar nos termos de um acordo de trégua e libertação de reféns em Gaza, disse uma fonte à agência de notícias Reuters.
Israel está sendo pressionado pelos EUA a concordar com uma trégua em breve, para evitar uma ameaça de ataque israelense a Rafah, a última cidade no extremo sul da Faixa de Gaza, onde mais da metade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave estão abrigados.
A fonte disse que a delegação de trabalho israelense, composta por agentes das Forças Armadas e da agência de espionagem Mossad, foi encarregada de criar um centro operacional para apoiar as negociações. Sua missão incluiria a verificação dos militantes palestinos propostos que o Hamas quer libertar como parte de um acordo de libertação de reféns.
A missão israelense sugere que as negociações de paz na guerra de Gaza estão mais adiantadas do que nunca desde um grande impulso no início de fevereiro, quando Israel rejeitou uma contraoferta do Hamas para uma trégua de quatro meses e meio.
Na semana passada, autoridades israelenses discutiram os termos de um acordo de libertação de reféns em conversações em Paris com delegações dos EUA, Egito e Catar, mas não do Hamas.
A Casa Branca disse que eles haviam chegado a “um entendimento” sobre os contornos de um acordo de reféns, embora as negociações ainda estivessem em andamento. A delegação israelense informou o gabinete de guerra do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no final do sábado.
Fontes de segurança egípcias disseram que negociações de proximidade envolvendo delegações de Israel e do Hamas – que se reuniriam por meio de mediadores na mesma cidade, mas não pessoalmente – seriam realizadas nesta semana, primeiro no Catar e depois no Cairo.
Israel não comentou oficialmente sobre essas negociações e não houve nenhuma palavra imediata dos anfitriões do Catar na segunda-feira.

Os lados permanecem publicamente distantes em seus objetivos finais:
• O Hamas, que governa a Faixa de Gaza e precipitou a guerra ao atacar o sul de Israel em 7 de outubro, diz que não libertará os mais de 100 reféns que ainda mantém em seu poder, a menos que Israel prometa se retirar de Gaza e acabar com a guerra.
• Israel afirma que negociará apenas uma pausa temporária nas hostilidades para libertar os reféns, que não interromperá totalmente sua campanha terrestre até que o Hamas seja erradicado e que deseja o controle geral da segurança de Gaza por tempo indeterminado.

EUA no Conselho de Segurança da ONU
Na semana passada, autoridades dos EUA afirmaram à agência de notícias Reuters que vão propor um texto para uma resolução do Conselho de Segurança da ONU com um pedido de um cessar-fogo na guerra.
A proposta foi divulgada um dia depois que Israel sinalizou que invadiria Rafah, no sul da Faixa de Gaza, no início do Ramadã, se o Hamas não libertar os reféns israelenses em seu poder desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023. O Ramadã, um mês sagrado para os muçulmanos, começa em 10 de março.
O conselho tem 15 membros. Para que uma resolução seja aprovada, é preciso que 9 deles votem a favor e que nenhum dos membros permanentes (EUA, França, Reino Unido, Rússia e China) vete a proposta.

EUA e Israel são considerados aliados históricos. Os EUA chegaram a vetar resoluções que pediam um cessar-fogo na guerra:
• O primeiro, em outubro do ano passado, um texto redigido pelo representante do Brasil no Conselho de Segurança da ONU.
• O segundo, em dezembro de 2023, em uma reunião convocada pelo secretário-geral da ONU.
• O terceiro, em fevereiro de 2024, havia sido proposto pela Argélia

Foto: Leah Millis/Reuters
G1

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