Mulher que atacou entregadores no Rio tem ficha criminal na polícia por furto de energia elétrica, injúria e ameaça

Publicado em 12 de abril de 2023

A mulher que agrediu entregadores numa rua do bairro de São Conrado, no Rio de Janeiro, não é uma desconhecida dos policiais. Sandra Mathias já tem ficha criminal por furto de energia, ameaça e injúria.
O espaço onde funciona a escola de vôlei de Sandra Mathias Correia de Sá estava vazio nesta terça-feira (11). Ela é quem aparece em imagens agredindo Max Ângelo. A ex-atleta usou uma coleira de cachorro para atacá-lo.
Na noite de segunda-feira (10), entregadores fizeram um buzinaço em frente à casa de Sandra Mathias em São Conrado, Zona Sul do Rio. Os entregadores que trabalham na região dizem que vêm sofrendo com ofensas há meses.
No início de abril, Max Ângelo fez um registro contra Sandra Mathias por injúria. No domingo, outro registro, na delegacia de plantão, agora por lesão corporal, que é a agressão.
“Até ontem eu tinha marca. Eu fui no Instituto Médico Legal e lá foi constatado sim a agressão. Isso pra mim é racismo com toda a certeza. A gente mora aqui, a gente mora na favela. Somos negros, somos trabalhadores, somos entregadores. A gente sai de manhã, é sol e chuva para matar um leão por dia e a gente tem que ser humilhado dessa forma porque a pessoa acha que tem dinheiro e acha que é melhor que a outra? Está errado”, afirma Max Angelo Alves dos Santos, entregador.
A delegada responsável está ouvindo testemunhas e analisando as imagens das agressões. Sandra Mathias foi intimada a prestar depoimento nos próximos dias. Os investigadores trabalham com os crimes de injúria simples e lesão corporal, mas avaliam indícios do crime de injúria racial – que tem o mesmo tratamento jurídico do crime de racismo.
“A gente requisitou essas imagens do local. A investigação está avançando para que a gente possa reunir outros elementos que me deem base para qualificar ou não essa injúria. Então, eu preciso de outros elementos que vão me indicar se essa injúria é uma injúria racial ou se essa injúria é uma injúria simples”, diz a delegada Bianca Lima.
Sandra Mathias tem outras anotações na ficha policial. Em 2007, foi acusada de lesão corporal. Em 2012, injúria e ameaça. Em 2021, por furto de energia na praia do Leblon, mesmo lugar em que mantém a escola de vôlei. Desde 2015, ela responde a um inquérito na Polícia Federal por fraude em licitação.
Pelo segundo dia seguido, o Jornal Nacional tentou contato com ela.
“A chicotada que ela me deu… Ela está me classificando perante a agressão como escravo e o tempo da escravidão já acabou. Eu não sou escravo de ninguém e é isso que ela precisa entender. Não pode sair fazendo coisas com as pessoas e achar que está tudo bem. Não é normal”, afirma Max Ângelo.
Foto: Reprodução

G1

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