Natal de Jesus e Direitos Humanos

Publicado em 31 de dezembro de 2015

O Natal não é época de esquecer os problemas, mas, sim, pedir inspiração divina para resolvê-los. A sua ambiência deve ser a da fraternidade, agora mais do que nunca, imprescindível para que, de fato, surja a cidadania planetária, que positivamente saiba defender-se da exploração mundial endêmica. Não apenas o corpo adoece, a sociedade também.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos completa no dia 10 o seu 67o aniversário. Em apoio a tão significativo marco, apresento trechos de palestras que proferi, alguns deles reunidos em Dialética da Boa Vontade (1987) e Manifesto da Boa Vontade, de 21 de outubro de 1991, quando lancei a pedra fundamental do ParlaMundi da Legião da Boa Vontade, em Brasília, na presença de cerca de 100 mil pessoas.
Bastante se avançou desde a promulgação da Magna Carta. Todavia, há muito a ser feito para impedir que, em pleno século 21, mulheres, meninas e meninos continuem sendo vendidos como mercadoria; crianças prossigam trabalhando em fornos de carvão ou em outras atividades cujas condições são subumanas; ou que se tornem cegas por carência de vitamina A. Sem contar a tortura institucionalizada que se dissemina pelo planeta. Contudo, que tormento maior que a fome, além das multidões de analfabetos ou semialfabetizados, dos quais a perspectiva de uma existência decente é mantida distante?
Lei da Solidariedade Universal
Na contramão da insensatez humana, vislumbramos na vivência do Mandamento Novo de Jesus o denominador comum capaz de, fraternalmente unindo, iluminar os corações. É a religião da amizade, do bom companheirismo, destacado por João Evangelista, no Apocalipse (1:9). É a Lei da Solidariedade Universal, portanto espiritual, moral e social. Asseverou Giuseppe Mazzini (1805-1872), patriota e revolucionário italiano: “A vida nos foi dada por Deus para que a empreguemos em benefício da humanidade”. E Augusto Comte (1798-1857), o filósofo do Positivismo, concluía: “Viver para os outros é não somente a lei do dever, mas também da felicidade”.
O amor é essencial, a começar dos governantes. Os que sofrem violência o digam.
Deveres de ser humano e de cidadão
No Sermão da Montanha de Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, vemos a exaltação aos bem-aventurados. Aqueles que compreenderam ao longo das eras que, cumprindo com seus deveres de ser humano e de cidadão, têm plenamente garantidos os seus direitos, numa esfera que nem todos ainda podem conceber.
Como homenagem a todos Vocês, encerro este artigo brindando-os com “As Bem-Aventuranças do Sermão da Montanha de Jesus”, constantes do Evangelho do Cristo, segundo Mateus, 5:1 a 12, da magnífica forma com que Alziro Zarur (1914-1979), saudoso criador da LBV, as proferia:
“Jesus, vendo a multidão, subiu ao monte. Sentando-se, aproximaram-se Dele os Seus discípulos, e Jesus ensinava, dizendo:
Bem-aventurados os humildes, porque deles é o Reino do Céu.
Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados pelo próprio Deus.
Bem-aventurados os pacientes, porque eles herdarão a Terra.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de Justiça, porque eles terão o amparo da Justiça Divina.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão Deus face a face.
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da Verdade, porque deles é o Reino do Céu.
Bem-aventurados sois vós, quando vos perseguem, quando vos injuriam e, mentindo, fazem todo o mal contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão no Céu.
Porque assim foram perseguidos os Profetas que vieram antes de vós”.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com

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