No mês dedicado ao indígena, Tribo Tabajara visita escola, faz faz palestra e expõe artesanato que representa suas tradições

Publicado em 26 de abril de 2024

A Escola Senador Humberto Lucena recebeu na noite desta quinta-feira, 25, um grupo de indígena pertencente a Tribo Tabajara, que tem a sua aldeia localizada na Região Sul da Paraíba. O evento promovido pelo professor e ativista social João Tavares da Silva Neto, teve como objetivo fazer com que os indígenas contassem como é o dia a dia deles na tribo, o relacionamento com a civilização e a luta pela terra.
Os indígenas que estão em Campina, apoiados pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), conversaram com os alunos e expuseram artesanatos produzidos na tribo e mostraram a diferença entre as pinturas que usam e as tatuagens. Também houve um bom engajamento por parte de professores e de alunos da Escola Humberto Lucena, principalmente dos alunos da professora Dayse, que declamaram poemas ligados a temática indígena, outro poema intitulado Todos nós na mesma aldeia, de João Tavares Neto foi declamado e refletido.


O grupo indígena elegeu para conversar com os alunos do educandário estadual, Potira Tabajara, que fez um pedido de socorro às autoridades e à sociedade, ela discorreu em sua fala que as terras de seu povo já totalizaram 35 quilômetros quadrados e que atualmente, pouco resta dessas terras que foram sendo invadidas, Potira mencionou que um grande investidor internacional do ramo da hotelaria escolheu essa área pertencente ao seu povo para implantar um mega empreendimento, sendo assim, todo tipo de oferta é feita para que eles abram mão das terras.
Potira Tabajara relatou que propostas financeiras de R$ 500 mil até R$ 1 milhão são oferecidas diariamente, mas, segundo ela, isso nunca será aceito, pois território indígena não se vende, se preserva. “Nosso povo muitas das vezes não tem o que comer e os gananciosos chegam oferecendo essa dinheirama, que mesmo com tantas dificuldades nunca vamos receber, é bom deixar claro que o indígena, insiste, persiste e resiste”, assinalou a indígena.
Por sua vez, o professor Tavares Neto, na interação dialógica com o grupo dos povos Tabajaras, comentou que de fato houve a chegada dos europeus, mas, chegada por invasão porque já havia população organizada aqui. Diferentemente do que a mídia chama às ocupações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) de invasão, quando na verdade, esses casos são ocupações as muitas terras que não produzem nada, quando deveriam estar produzindo alimentos para milhões que hoje não irão almoçar nem tão pouco jantar. A burguesia inverte os papeis, normalizando a invasão e a tomada das terras dos povos originários, feita descaradamente pelo agronegócio.
“Estamos tendo em Brasília o Acampamento Terra Livre, que discute nas bases, em centenas de municípios brasileiros, as leis ora vigentes e a diferenciação entre ocupação e invasão de terras, pontos que já venho comentando há anos, inclusive, alertando que se ensina nas escolas do país, muito errado e distorcido em relação a essas questões. Avaliou Tavares Neto.

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