Pintor diz ter matado mulher que mãe e companheira procuraram com pá

Publicado em 1 de outubro de 2015

A Polícia Civil mostrou fotografias para o pintor Jorge Luiz Morais de Oliveira, suspeito de matar sete pessoas. Uma das fotos é a de Renata Cristina Pedrosa Moreira, de 33 anos. Segundo a investigação, ele disse no interrogatório que a matou.
A mãe e a companheira de Renata compraram uma pá e uma enxada e entraram na casa do pintor em busca do corpo. Não encontraram.
Maria de Fátima Gomes Machado Pedrosa, mãe da Renata, disse que “eu deparei com esse homem, mostrei fotos da minha filha pra ele. Falou que não foi que não conhecia.”
Renata era do Rio de Janeiro e estava desparecida há nove meses. A mãe disse que ela era usuária de drogas, frequentava o lugar e o último sinal do celular foi de dentro da favela Alba.
Outra foto mostrada para o pintor foi a de Andréia Gonçalves Leão, de 20 anos, conhecida por Baianinha, e que morava na favela Alba. Segundo a polícia, o pintor também disse que a matou. Mas ele não ligou os nomes das duas mulheres com as fotos.
Antes, o pintor já havia confessado a morte do vizinho Carlos Neto de Matos Júnior. Foi o único corpo identificado até agora. A polícia quer saber quem são as outras seis vítimas e está chamando parentes de uma lista de cerca de 30 pessoas desaparecidas na região do Jabaquara.
Segundo a polícia, o pintor também durante o interrogatório ter matado uma mulher chamada Paloma.Jorge Carrasco, delegado da 2ª Seccional-Sul, disse que “Nós temos que individualizar esses corpos que foram encontrados, saber de quem são e traçar um perfil, saber o que ocorreu realmente nessa comunidade e que veio acontecer esse fato, essa atrocidade.”
Todos os objetos encontrados na casa do pintor foram levados para a delegacia do Jabaquara. Dezenas de peças de roupas podem ajudar a identificar os donos.
A casa de Jorge está interditada. Em buscas de pistas, paredes foram quebradas e escavações foram feitas no quintal em busca de mais corpos.
Nesta quarta-feira (30), a polícia também vistoriou a casa onde Jorge trabalhou como pintor. Depois que a casa ficou desocupada, testemunhas disseram que viram ele pulando o muro com uma enxada, mas nada suspeito foi encontrado no local pela polícia.
A busca neste terreno é bem mais complicada. A casa que existia no local estava abandonada e era frequentada por usuários de drogas, entre eles, Jorge Luiz. Por isso existe a possibilidade de haver corpos escondidos no imóvel. Mas como a casa estava caindo aos pedaços e completamente cheia de entulho, a polícia decidiu primeiro demolir e retirar todo o material antes de fazer uma busca minuciosa.
Esse trabalho deve durar até sexta-feira (2) e o entulho e material de construção estão sendo jogados num aterro sanitário.
Também na manhã desta quarta-feira a Polícia Civil recebeu uma denúncia e foi à casa onde o pintor prestava serviços como pedreiro e jardineiro. A residência fica na Rua Professor Carlos Rizzini, a cerca de 1 km de onde os corpos foram encontrados.
A delegada Nilze Scapulatiello, do 35º DP, nao quis adiantar mais detalhes, mas esteve no quintal da residência com bombeiros e policiais militares para fazer uma avaliação preliminar. Pouco mais tarde, a delegada retornou acompanhada da proprietária do imóvel e do corretor de uma imobiliária.
De acordo com Scapulatiello, não há indícios de que algum crime tenha acontecido nesta casa onde o pintor prestava serviços. Por conta disto, a princípio, a Polícia Civil não irá solicitar perícia para o local.
Um investigador que acompanhou a visita recolheu objetos que estavam no interior da residência. Luvas, camiseta, toalha e um chinelo feminino foram levados para análise. Os itens não continham manchas de sangue, mas a delegada decidiu levá-los para verificar se familiares das vítimas os reconhecem.
A delegada afirmou que não consegue definir um criminoso como Jorge Luiz. “Difícil definir alguém que durante o dia é prestativo, ajuda a comunidade e à noite mata”.
Vizinhos do local disseram que ele chegava para trabalhar sempre com enxada e pá, mas o mato nunca diminuía.
“Não dava nada para ele. Era uma pessoa humilde, parecia até gente boa. Sempre passava com enxada e pá. Ele entrava para capinar, mas nunca via o mato sair. Estava sempre alto”, disse vizinho que não quis se identificar.
G1

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