Preso, suspeito de chacina em bordel em SP diz que agiu pela emoção

Publicado em 23 de dezembro de 2016

matadorO cabeleireiro William Roberto Ferreira Costa, de 27 anos, suspeito da chacina que deixou seis mortos em um bordel em Jaboticabal (SP), admitiu nesta quinta-feira (22) que atirou nas vítimas, mas alegou que agiu tomado pela emoção, após desarmar um homem que havia sacado uma arma contra ele.
Costa disse também que não tinha a intenção de matar ninguém. Ele foi preso após se entregar à polícia. De acordo com o delegado Wanderley Santos, testemunhas afirmaram que ele se irritou após ser rejeitado por uma garota de programa que já estava acompanhada, e deu início ao tiroteio.
Dione da Silva Lima, de 30 anos, que trabalhava na boate, foi morta em um dos quartos do estabelecimento. Também morreram o barman Zacarias Castor Ataídes, de 55 anos, a garota de programa Maria Lucia do Carmo Alvarenga, de 46 anos, natural de Goiânia (GO), o empresário Anderson Ricardo Montenor, de 37 anos, a dona do bordel, Leonilda Lucindo, de 72 anos, e a neta dela, Elaine Cristina Lucindo da Silva, de 29 anos, que trabalhava como garçonete no local.
Os corpos de quatro vítimas que moravam em Jaboticabal foram enterrados nesta quinta-feira.
Por motivos de segurança, a polícia não informou o local para onde Costa foi levado.

Confissão
De acordo com a Polícia Civil, o atirador se entregou por volta das 14h e estava acompanhado de um advogado. Ele é casado, pai de um recém-nascido e não tinha antecedentes criminais. Em entrevista à rádio 101 FM em Jaboticabal, Costa afirmou que se envolveu em uma briga depois que Dione foi levada a um quarto por outro cliente para um programa.
“Veio um rapaz e catou na mão da menina que estava sentada comigo. Independente, catou na mão dela e saiu com ela. Aí eu falei pra ele que não precisava fazer isso. Aí a gente começou a discutir. Houve uma discussão, houve uma briga e aí a gente começou a discutir e tudo. Teve luta corporal, veio um cara, sacou de uma arma. Eu não sei quem que era, e aí como eu sou lutador, consegui tirar [a arma] dele, e na emoção do negócio, saí atirando”, disse.
Segundo o delegado, a versão contraria o relato de testemunhas que dizem que o cabeleireiro foi até o carro e buscou a arma. Ele disparou, na maioria das vezes, em direção às cabeças das vítimas, e teve tempo de recarregar o revólver diversas vezes, além de recolher os projéteis.
“Ele foi muito calculista, muito frio e muito perito, também, em realizar a recarga dessas munições no revólver sem que deixasse cair as cápsulas no chão, ou seja, ele guardou as cápsulas para não deixar vestígios”, afirmou Santos.
Costa, no entanto, negou que tenha ido armado ao local. “Não é minha a arma. Acho que era um revólver 38. A pessoa que estava com o revólver, estava carregado. Eu dei os tiros que estava no revólver. Eu tinha uma arma só, eu dei os tiros que tava no revólver.” Marcas de balas ficaram espalhadas por diferentes cômodos do bordel.
Após o crime, Costa fugiu da casa de prostituição a pé e levou a arma usada. Porém, deixou para trás o carro, um VW Fusca 1500, onde estavam seus documentos pessoais, que permitiram à polícia identificá-lo.
Por causa da comoção na cidade e de ameaças de tentativa de linchamento, a polícia não informou o local para onde Costa foi levado. A arma usada no crime não foi localizada.
G1

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