Protagonistas de agressão no Acre podem ser companheiras no campo

Publicado em 30 de agosto de 2015

As protagonistas da cena lamentável de agressão na semifinal do Campeonato Acreano de Futsal Feminino (veja vídeo abaixo), na última terça-feira (25), em Rio Branco, Leandra Freire e Monique Corrêa, treinavam juntas há quase 20 dias no Unidos da Baixada, equipe de futebol de campo da capital acreana. As duas estavam se preparando para defender o time na seletiva estadual da categoria. Em conversa com o GloboEsporte.com, Monique, de 25 anos, afirma que, apesar do ocorrido, jogaria ao lado de Leandra sem problema.
– Treinávamos normalmente, o contato com a Leandra era normal. Eu fiquei muito surpresa com a reação dela, mas pretendo continuar pelo time do Unidos da Baixada e jogaria tranquilamente ao lado dela – afirmou.
O técnico do Unidos da Baixada, Vilmar Luiz, pretende utilizar as duas atletas para a seletiva acreana de futebol feminino, mas diz que tudo depende de um bom diálogo. Segundo ele, a competição está prevista para o mês de outubro
– Ainda não falei com nenhuma delas. Vamos sentar com as jogadoras na semana que vem, conversar e tentar resolver esse problema definitivamente. A Leandra é uma excelente jogadora, mas temos que saber a opinião das outras e nos acertar – disse.
Com uma contusão no local da pancada, ela relembra o incidente, mas diz que prefere esquecer. Segundo a atleta, mesmo depois de tudo, não vai abrir mão dos dribles. Monique aceitaria o pedido de desculpas da agressora. Ela fez todos os exames na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do 2º distrito da cidade, mas preferiu não prestar queixa contra Leandra.
– Somente Deus pode perdoar, apenas daria desculpas. Jamais vou esquecer o que aconteceu. Nunca me imaginei em tal situação, nunca vi nenhuma companheira minha passar por isso. Pensei bem e preferi não registrar ocorrência na delegacia. Espero que ela seja punida pela Federação Acreana do Futsal (Fafs) – afirma Monique.
A jogadora diz que tem planos para ficar no Acre, jogando pelo Unidos da Baixada. No momento, ela não exerce nenhuma função ou trabalho, além de ser atleta, porém deseja cursar educação física e ser professora em uma escolinha de futebol. Monique conta que, apesar do ocorrido, pretende continuar jogando o mesmo futebol com irreverência e muita habilidade.
A carioca deu os primeiros passos no futebol aos 16 anos, no time do Flamengo, não no futebol de campo e sim dentro da quadra. Depois de cinco anos no Rubro-Negro, seguiu para o Viana-MA, onde atuou no campo. Em seguida, defendeu o Genus-RO, que eliminou a Assermurb, na Copa do Brasil de Futebol Feminino deste ano. Observada pelos acreanos, acertou com o Montenegro há três meses e reside em Rio Branco.
– Quero permanecer no estado, aqui é muito bom. Quando disse que vinha para cá, as pessoas diziam que ia jogar no “fim do mundo” e não é verdade. A respeito de jogadas de efeito, isso vem do jogador, eu não consigo jogar sério. Gosto de demonstrar meu futebol moleque para o público, sempre sorrindo. Sobre a Leandra, sem comentários – declarou.
Na noite desta quinta-feria, Monique ajudou o Montenegro a conquistar o título inédito do Campeonato Acreano de Futsal Feminino. A equipe venceu a Assermurb por 5 a 3, na decisão disputada no ginásio Álvaro Dantas, em Rio Branco. Monique, que é a capitã do time, fez quatro gols e terminou como artilheira do estadual, com 30 marcados. A goleira Suelane, da Assermurb, ficou com o prêmio de melhor da posição.
Globoesporte

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