Redes Sociais: berço de velhos e novos problemas- parte II

Publicado em 27 de março de 2016

Há quase dois anos escrevi sobre as redes sociais, disse na oportunidade que os novos meios (canais) de comunicação tão em moda e em voga na sociedade, deveriam ser usados como ferramentas úteis para democratização da informação. Na mesma análise abordei a desvirtuação de foco e objetivo dos novos meios, que passaram a ser utilizados de forma completamente avessa ao interesses sociais, que compreendo como sendo o bem estar de todos.
Pois bem, passamos a observar corriqueiramente uma enxurrada de mazelas que afligem à população –sexo, morte, prostituição e outros tipos de crimes- deságuam no rio que traz à tona junto com isto, o lixo e o besteirol, resíduos de uma sociedade pobre e desprovida de conhecimento, cultura e formação.
Neste cenário de uma novela real, observa-se que a cada dia, caminhamos sem rumo e sem direção, não temos clareza de quem somos nem pra onde vamos, estamos desesperados em busca de uma resposta que a persistir este bate cabeça social, nunca virá.
Mas, como a “grande rede está armada” e posta para todos (ou quase todos), acolhe os escritos sociais, materializados, curtidos e compartilhados de forma imbecilizada e representados em cenas de horrores em sua grande maioria. Pessoas que não dizem nada com coisa nenhuma e que agem na maior parte das vezes de forma violenta, aliás, a violência cibernética, virtual, parece que está se tornando muito mais feroz que a violência física.
A análise aqui posta não é no sentido de que “quem não diz nada com coisa nenhuma” não possa postar e participar da “festa” do mundo desterritorializado, que aproxima e distancia, mas, a forma como isso vem sendo feito.
Nessa arena de combate dos tempos modernos, é possível bater, xingar, caluniar, difamar e até matar as pessoas no ambiente virtual, morte que destrói mesmo, e que em alguns casos acaba sendo pior que a morte física, pois, uma vez destruído do ponto de vista moral, o cidadão nuca mais recupera os danos sofridos, afinal estamos falando de um ambiente sem regulamentação, onde não existe a mediação da lei para os confrontos e enfrentamentos.
E assim vamos nós, caminhando nesse mundo novo onde os velhos e os novos problemas se harmonizam cada vez mais e, de mãos dadas se apresentam a humanidade com a cara de fome guerras e novas doenças que desafiam o mundo tecnológico e ameaçam a aldeia globalizada, desfilam lado a lado com a tecnologia, com as descobertas e com a visibilidade que agora está na grande rede que compartilha os dramas e aflições sociais, mas, que é incapaz de trazer soluções para o mundo que vive em constante pesadelo.

jNevesJosinaldo Neves
Jornalista e radialista

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