Sem CT nacional, atleta de Uberlândia vê possibilidade de deixar cidade natal

Publicado em 9 de agosto de 2015

uberlandiaPrimeiro a chegar, último a permanecer. Atleta do lançamento de disco, o mineiro de Uberlândia Mário Luis David Junior, de 23 anos, foi o primeiro brasileiro a mandar treinos no Centro Nacional de Treinamento de Atletismo (CNTA) na cidade. Hoje, com o fim do convênio da União com a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), ele lamenta o fechamento do CT e sinaliza novas possibilidades para ir embora de casa.
– Todos foram embora. Só fiquei eu porque sou daqui e já era atleta do Sesi. Vou continuar treinando por conta e vendo a possibilidade de deixar Uberlândia. Ainda não há nada acertado, mas espero que surjam oportunidades de ir para outro clube ou centro de treinamento – disse.
Mário iniciou as atividades no atletismo em 2008 a partir do programa de iniciação esportiva da Fundação Uberlandense de Turismo, Esporte e Lazer (Futel). Pouco tempo depois, foi para o Sesi Gravatás e ficou até ser inaugurado o centro nacional, em 2010. Durante as atividades, o atleta foi assistido por profissionais da Confederação Brasileira e dividiu o espaço com mais 29 atletas de alto rendimento. Agora, é o único a permanecer no local, já que os treinadores e atletas voltaram para seus respectivos clubes.
– Tínhamos toda uma estrutura e, embora minha família more em Uberlândia, eu ficava no alojamento. Tem época que são dois períodos de treinos ao dia e não compensa eu ir para casa e voltar, além do desgaste também. Acho que vou sentir um pouco essa diferença, mas vou tentar trabalhar para manter o rendimento.

FIM DE CONVÊNIO
O CNTA era mantido pela Confederação por meio de um convênio com a União, que se encerrou no último dia 30 de julho. De acordo com o presidente da CBAt em entrevista aoGloboEsporte.com em maio, José Antonio Fernandes, o Toninho, o contrato com o Governo Federal era renovado a cada dois anos.
Como o Ministério do Esporte suspendeu o acordo, a Confederação não conseguiria manter os custos dos quatro CNTAs do Brasil e, dessa forma, os atletas tiveram que conduzir os treinos nos clubes de origem. Na avaliação de Toninho, ainda que seja uma perda para o atletismo brasileiro, o rendimento dos atletas de ponta não ficará comprometido.
Trabalhos na vila olímpica continuam
Ainda que os treinamentos nacionais tenham se encerrado, o gerente do Sesi Gravatás, José Augusto Trami, garantiu que as atividades continuarão e nada mudará na rotina do clube. Os cerca de 2,4 mil atletas que buscam chegar ao esporte de elite um dia continuarão treinando na Vila Olímpica.
– Como professor de Educação Física que vive do esporte há muito tempo, acho isso um absurdo. Era o momento de ter mais apoio, mais empenho de todas as partes. Só que também não dá para julgar, pois sabemos a situação da atual do país. Mas estamos reformando o espaço agora e colocando as coisas tudo em dia, porque a vida continua. A formação e preparação das pessoas por meio do atletismo seguem normalizadas – definiu Trami.
Globoesporte

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