Sequestrador de ônibus é morto por atirador de elite na Ponte Rio-Niterói; os 37 reféns passam bem

Publicado em 21 de agosto de 2019

O sequestrador de um ônibus na Ponte Rio-Niterói foi baleado e morto por um atirador de elite do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Veja o momento em que o criminoso é atingido no vídeo acima.
O homem, identificado como Willian Augusto da Silva, de 20 anos, desceu do coletivo e jogou um casaco para os policiais. Quando ia subir a escada para reembarcar, foi baleado.
Todos os 37 reféns foram liberados sem ferimentos, segundo informações da Polícia Militar.
Sequestrador embarcou no ponto final
Os tiros foram disparados às 9h04 desta terça-feira (20), cerca de três horas e meia após o início do sequestro.
O G1 apurou que Willian subiu no ônibus, por volta das 5h10, em Alcântara, no ponto final. Deu uma nota de R$ 20 e recebeu troco. A tarifa é de R$ 9,15.
Estava calmo e foi assim durante toda a viagem até entrar na Ponte.
O veículo passou pelo posto da Polícia Rodoviária Federal. No ponto da Base Naval do Mocanguê, oito passageiros desceram.
O coletivo seguiu viagem. Logo depois, Willian mandou o motorista encostar o ônibus.
Os passageiros viram um revólver – que era de brinquedo -, uma arma de choque e uma faca, além de uma garrafa PET cheia de combustível.
Ao ser baleado, ele foi levado para o Hospital Souza Aguiar. “O paciente chegou em parada cardiorrespiratória, e foi constatado o óbito pela equipe médica do hospital”, diz nota da Secretaria Municipal de Saúde.

Como foi o desfecho
Pelo menos três snipers (atiradores de elite) estavam em posições estratégicas em volta do ônibus. Um deles estava deitado sobre um carro dos bombeiros e chegou a ser coberto por um pano vermelho.
O G1 e a TV Globo ouviram seis ou sete disparos. Ainda não se sabe quantos snipers atiraram nem quantas balas atingiram Willian.
Tão logo Willian caiu, o atirador que estava sobre o carro do Corpo de Bombeiros levantou e fez um sinal de positivo.
Pessoas que estavam no local comemoram logo após os tiros.

Potes de gasolina
Willian intimidava os passageiros com uma arma de brinquedo e ameaçava a todo momento incendiar o ônibus. Para tal, cortou garrafas PET ao meio, encheu os recipientes com gasolina e os pendurou ao longo da cabine. Fotos de reféns mostram esses copos improvisados.
O Globocop flagrou quando Willian jogou, já em chamas, um desses recipientes para a frente do ônibus. Eram 6h31. Ninguém foi atingido.

Resumo
• O sequestro foi anunciado às 5h26; pouco antes das 6h, o ônibus foi atravessado na pista sentido Rio da Ponte;
• O criminoso ameaçava incendiar o veículo;
• Seis pessoas foram liberadas, quatro mulheres – uma delas desmaiada – e dois homens;
• Às 9h04, o atirador desceu do ônibus e foi morto por um atirador de elite.
“Temos um homem que se identificou como policial militar. Ele está ameaçando jogar gasolina no ônibus, colocando os passageiros em perigo. Não sabemos qual o real propósito dele”, explicou Sheila Sena, porta-voz da PRF, ainda no início do caso.
Criminoso parecia desorientado
O porta-voz da PM, coronel Mauro Fliess, afirmou que o sequestro do veículo pôde ter sido premeditado. Segundo informações dos policiais militares que estavam no local, no entanto, o homem parecia desorientado.
O criminoso se identificou como PM, mas a informação ainda não foi confirmada.

Mulher de refém relatou drama
A esposa de um dos reféns contou ao vivo no Bom Dia Rio que o marido lhe avisou do sequestro.
“Sempre roubam carteira e celular, mas esse tipo de coisa nunca aconteceu”, destacou Eliziane Terra.
“Ele saiu para trabalhar 4h30. Quando foi por volta de 5h26 ele me mandou uma mensagem dizendo que o ônibus estava sendo sequestrado, ‘estamos indo para a ponte’. A princípio eu pensei que era um assalto. Eu levantei, acordei o meu filho e disse: ‘seu pai está sendo assaltado’”, revelou.

Witzel e Bolsonaro comentam
Minutos após William ter sido morto, o governador Wilson Witzel chegou à Ponte a bordo de um helicóptero.
Ele definiu o trabalho como uma ação “técnica” das forças de segurança e parabenizou os policiais militares e policiais rodoviários federais.
“O ideal é que todos saíssem com vida, mas tivemos que tomar a decisão de salvar os reféns”, disse.
Segundo Witzel, os reféns e os familiares do sequestrador serão amparados pelo estado. Ele disse ainda que a família do homem chegou a pedir desculpas pelo ocorrido.
“Conversei com familiares dele, um deles me pediu desculpa. Mas ele queria pedir desculpas e pediu à toda sociedade, pediu desculpas aos reféns, disse que alguma coisa falhou na criação e a mãe está muito abalada. Vamos também cuidar da família dele, tentar entender o problema para que outros não ocorram”, afirmou Witzel.
Pelas redes sociais, o presidente Jair Bolsonaro parabenizou os PMs.
“Parabéns aos policiais do Rio de Janeiro pela ação bem sucedida que pôs fim ao sequestro do ônibus na ponte Rio-Niterói nesta manhã. Criminoso neutralizado e nenhum refém ferido. Hoje não chora a família de um inocente.”

Fotos: Reprodução, Fabiano Rocha/Agência O Globo e Reprodução/GloboNews
G1

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