Sete agentes de segurança morrem em 2015 na PB; especialista defende política de prevenção

Publicado em 21 de junho de 2015

Somente este ano, sete agentes de segurança foram assassinados na Paraíba. Entre as vítimas estão policiais militares, agentes penitenciários e bombeiros. Para o especialista Paulo Moura, que compõe a Comissão de Direitos Humanos da Universidade Federal da Paraíba, falta uma política de prevenção à violência no estado.

De acordo com dados repassados pela Secretaria de Segurança e Defesa Social (Seds), foram mortos o sargento Pedro Marques da Silva, de 52 anos, no dia 17 de fevereiro na zona rural do município de Ibiara, no Sertão; João Francisco da Silva, agente aposentado da Polícia Rodoviária Federal (PRF), de 61 anos, assassinado na porta de casa no Bairro Jardim Veneza, em João Pessoa, no dia 4 de maio; o policial militar Ubirajara Moreira Dias (Bira) morto com um tiro de espingarda 12 em assalto ocorrido em Patos, no Sertão, no dia 6 de junho; e o também policial militar Josemberg da Silva, morto em uma emboscada no dia 9 de junho em Tibiri II, em Santa Rita, na Região Metropolitana de João Pessoa.

Ainda compõem a lista, o sargento do Corpo de Bombeiros Antônio da Silva, de 48 anos, que foi assassinado no dia 20 de fevereiro no Bairro do Centenário, em Campina Grande; o agente penitenciário Ivonilton Wanderley Coriolano Júnior, de 38 anos, encontrado morto com pés e mãos amarrados dentro do Rio Jaguaribe, em João Pessoa, no dia 22 de março; e o agente penitenciário aposentado, José Marcelino Mota do Nascimento, que foi morto a tiros em casa, no Bairro 13 de Maio, também em João Pessoa.

Na opinião do professor Paulo Moura, o trabalho repressivo da polícia vem dando conta, mas falta uma política de prevenção juntamente com a de valorização dos profissionais de segurança pública que atenda desde a questão salarial até a capacitação permanente deles.

Ele chamou a atenção para a maioria dos casos terem ocorrido fora do horário de trabalho, destacando a questão de ocorrências em momentos em que o profissional está fazendo ‘bico’, ou seja, desenvolvendo outras atividades para complementar a renda. “Os profissionais não podem se expor em outras atividades que não sejam as específicas da segurança”, analisou.

Entre as políticas de prevenção, na opinião dele está intensificar as campanhas de desarmamento. “O desarmamento da população é necessário nesse momento em que vivemos uma ‘banalização da violência’. A gente tem visto muita gente atirando e matando quando sente qualquer raiva ou quando têm algum desequilíbrio emocional”, reforçou.

Paulo Moura citou como exemplo o caso mais recente em que o delegado de Sousa, Leonardo da Costa, de 37 anos, foi baleado após uma discussão numa fila de supermercado.

O especialista se mostrou preocupado com o crescimento nas redes sociais da ideia de legalização do porte de armas para a população. Na opinião dele, a população não está preparada para andar armada e isso se transformaria numa ameaça à segurança e a paz ainda maior do que a que se tem hoje.

A Asspom divulgou nota em que lamenta as mortes dos colegas de trabalho e pede mais compromisso das autoridades com a categoria.

De acordo com informações da entidade, reveladas na nota divulgada, foram quase dez agentes de segurança assassinados nos últimos doze meses, na Paraíba.
Portalcorreio

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