Sindicalista já havia alertado sobre contaminação em Boqueirão em 2015

Publicado em 27 de julho de 2016

velez2Profundo conhecedor do assunto, não apenas pelo fato de ser presidente (licenciado) do Sindicato dos Urbanitários, mas principalmente por ser geógrafo e com Mestrado em Recursos Hídricos, Wilton Maia Velez já vinha alertado sobre a contaminação por cianobactérias nas águas do Açude Epitácio Pessoa, Boqueirão, desde 2015 e mesmo antes já havia feito vários alertas à Cagepa e Aesa.
Ao Correio da Paraíba, na edição do dia 22 de novembro de 2015, numa matéria especial sobre o assunto, Wilton apontou que a contaminação por agrotóxico ocorre no açude Boqueirão. “Não acontece só lá, no sistema Coremas/Mãe D’água e em outras barragens do Estado também. Ao longo de décadas, o plantio de tomate, pimentão e banana usaram muitos agrotóxicos e pesticidas. O solo sofre alterações e a água também, porque quando chove, eles descem pra dentro do açude”, afirmou. “O tratamento oferecido hoje na água distribuída nas cidades não garante a retirada dos agrotóxicos. A Cagepa deveria fazer análise da água do açude Epitácio Pessoa a cada duas horas, na entrada e na saída, mas não faz porque ETA em Queimadas não tem laboratorista e químico”, denunciou Wilton.
O jornal informou à época que a Cagepa negou a informação e disse que monitora a qualidade da água. “Na estação de tratamento de água de Gravatá, que atende Campina Grande e cidades próximas, a cada duas horas, o operador coleta as amostras de água tratada e filtrada e, de imediato, analisa o cloro residual. Pela manhã, são analisados os parâmetros de PH, turbidez e cor. De seis em seis meses é feita uma análise dos níveis de metais pesados e agrotóxicos. Mensalmente, é feito o monitoramento de algas nos mananciais. Segundo os laudos, todos os parâmetros estão dentro dos limites aceitáveis preconizados pela Portaria 2914/2011, do Ministério da Saúde”.
Em 30 de junho desse ano, em vários portais do Estado, exemplo do paraibaonline (CLIC AQUI), o sindicalista afirmou que não há análises mais aprofundadas na estação de Gravatá e que as feitas lá são apenas físico-química. “Se não colocar outras tecnologias na estação de Gravatá, teremos problemas”, disse.
Wilton ressaltou, naquele mês, que é preciso que as autoridades façam alguma coisa e que o Governo do Estado, a ANA, a AESA e o DNOCS estão olhando a situação “deitado em berço esplendido” e sem fazer nada. “Ainda há tempo do Governo, da Cagepa e das autoridades competentes tomarem as providencias”.
No dia 06 de junho, em entrevista à Rádio Correio, Wilton Maia revelou que o único tratamento feito até o momento é com adição cloro, sulfato e cal o que segundo ele, pode ser ainda mais prejudicial aos consumidores.
De acordo com Wilton, o procedimento está ultrapassado e em desuso em vários países e a tendência é cada vez mais piorar com o “descaso dor órgãos competentes”.
“A nossa maior preocupação é perceber a falta de providencia, faz três anos que batemos nessa tecla e ninguém resolve. A Cagepa, ANA e Aesa não dão resposta e o DNOCS não existe. É muita irresponsabilidade! Quanto mais tempo passar sem chuvas, mais vai ficar pior. Eu não tomo água de boqueirão e nem oriento a minha família a tomar e não é para tocar terror, a água de boqueirão não garante a potabilidade. Tem gente adoecendo, ainda tratamos água com cloro e cada vez em maior quantidade e o estomago como fica? – questionou em junho o sindicalista, que garante que não existe solução a curto prazo e neste momento é indicado acionar o Ministério Público Federal.

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