Transformando P em V

Publicado em 27 de abril de 2018

verdeEle queria construir um negócio.
Qual negócio?
Não sabia, só sabia que queria.
Tinha o que para construir esse negócio?
Nada. Não tinha absolutamente nada.
Ele não tinha nada e queria?
É!
Então Ele tinha.
Tinha o quê?
Vontade.
Isso já é um passo.
O mais importante dos passos.
E aí? O que Ele fez?
Já disse que Ele não tinha nada?
Disse. Disse que tinha o mais importante: vontade.
É mesmo. Esqueci, Ele tinha vontade.
Só com a vontade que tinha Ele chegou em uma terra seca e deserta e pensou que poderia ser ali.
Será que em um lugar tão estranho daria certo?
Ele não sabia, mas como o “não” Ele já tinha foi trabalhar pelo sim.
E fez o quê?
Ajuntou sua vontade a um dinheirinho bem pouco que tinha. Com elas comprou umas coisinhas e começou a vender.
Que coisinhas?
Umas coisinhas poucas, que davam para carregar em uma sacola, que faziam olhos pequenos brilharem.
E deu certo?
Para sua surpresa Ele vendeu tudo em menos de um dia.
E aí?
Aí Ele pegou o dinheiro e separou em partes.
Quais partes?
Um pedaço devolveu a quem lhe deu vontade, outro pedaço comprou mais mercadoria, outro investiu, outro guardou e com um pedacinho bem pequeno comprou um chocolate. Era seu prêmio, sua comemoração pelo começo do seu negócio.
Uai! Era muito dinheiro? Deu pra dividir demais!
Não era muito não. É que Ele, além de vontade tinha planejamento.
E aí? E aí? Como foi o segundo dia?
E no segundo dia, vendeu mais rápido toda a mercadoria.
Ele já estava ficando safo.
Tanto que deu tempo de ir lá, comprar mais coisas e vender tudo outra vez.
Duas vezes em um único dia?
Duas e agora Ele não mais carregava em uma sacolinha. Agora já podia carregar em uma caixa.
Ele era mesmo valente!
Valente e trabalhador.
Ao final do primeiro mês pôde comprar algumas coisas para o estoque.
Estoque, já?
Já! Quando os primeiros 30 dias acabaram além da vontade e do planejamento Ele tinha um dinheirinho bem pouco investido, certeza de que ia dar certo e um pequeno estoque.
Pra quem tinha só vontade, evoluiu muito.
Não sei se você sabe, mas o tempo passa muito rápido. Quando você está fazendo algo ele passa rápido, quando está parado no tempo e no espaço passa mais rápido ainda.
Então o tempo dele passou só rápido.
Foi.
E enquanto o tempo passava seu negócio crescia, prosperava e Ele agora já podia trabalhar em outras frentes.
Quais?
Agora, além de comprar e vender Ele tinha o que administrar.
E aí?
Aí eu podia dizer que o negócio dele virou um grande, grande, muito grande negócio, que Ele viveu feliz para sempre e fim.
E não vai me dizer por quê?
Porque um dia, enquanto o negócio crescia a vida chegou ao fim.
Ai meu Pai, o menino morreu.
Morreu, né, e não foi menino não. Foi já com muitos anos de vida.
E o negócio?
O negócio ficou bem. Durante todo o tempo, ao fim de cada mês Ele continuou dividindo o dinheiro assim: um pedaço devolvia a quem lhe deu vontade, outro pedaço comprava mercadoria e agora, além de comprar mercadoria, pagava tudo e todos das empresas que possuía, outro pedaço investia, outro guardava e um outro não tão pequeno comprava algo para comemorar. Era seu prêmio, por estar gerindo bem o negócio que construíra.
Quando tudo terminou, saiu de cena satisfeito.
A história continua?
Continua.
Já sei até como: os herdeiros que pegaram tudo pronto, depois que o moço morreu torraram o negócio e os filhos deles, os netos do moço ficaram na pobreza.
Eita, mas é trágico. Claro que não. Ele não deixou herdeiros, deixou administradores.
Eles fizeram o negócio prosperar mais ainda?
E se fizeram!
Não acredito!
Pode acreditar. Eles continuaram seguindo os princípios de quem começou do nada e continuam crescendo.
Nunca tinha visto isso acontecer.
Nem eu, mas é que Ele começou algo que não queria quer terminasse junto com sua vida, por isso preparou quem viria depois.
Entendo.
Então agora, pega essa sua preguiça, transforma a bicha em vontade e vai fazer alguma coisa!
Mas eu não sei o que fazer.
Eu também não. Mas antes mesmo de descobrir você precisa transformar a preguiça em vontade, enquanto transforma você descobre. Bora, bora, tem cinco minutos pra isso!
E assim, o pobre perdido saiu correndo, procurando um rumo, transformando preguiça em combustível para o sucesso.
Dando um jeito de fazer preguiça virar vontade.
Vivi Antunes é ajuntadora de letrinhas e assim o faz às segundas, quartas e sextas no www.viviantunes.com.br

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