Trump diz que democratas são responsáveis por morte de crianças imigrantes sob custódia

Publicado em 30 de dezembro de 2018

O presidente americano, Donald Trump, responsabilizou neste sábado (29) os democratas pela morte de duas crianças guatemaltecas sob custódia da patrulha fronteiriça americana, em meio a um confronto político pela paralisação parcial do governo.
“Qualquer morte de crianças ou outras pessoas na fronteira é estritamente culpa dos democratas e de sua patética política migratória, que permite às pessoas fazer uma longa viagem achando que podem entrar ilegalmente em nosso país”, publicou o presidente no Twitter. “Não podem. Se tivéssemos o muro, sequer tentariam!”
A morte de duas crianças guatemaltecas – um menino de 8 anos, em 24 de dezembro, e uma menina de 7, em 8 de dezembro – enquanto estavam detidas, após cruzarem a fronteira do México de forma ilegal, gerou uma onda de críticas. A Guatemala pediu uma “investigação clara” do ocorrido.
Trump disse no Twitter também que as crianças já estavam doentes antes de serem entregues na fronteira:
“As crianças estavam muito doentes antes de serem entregues à patrulha fronteiriça. O pai da menina disse que não foi culpa deles, ele que não havia dado água a ela por dias”, continuou Trump. “A patrulha fronteiriça precisa do muro, e tudo acabará”.

Construção de muro
Para conter a imigração, Trump quer construir um muro na fronteira com o México, cujo orçamento de 5 bilhões de dólares é alvo de uma disputa com a oposição democrata, o que provocou a paralisação parcial do governo federal desde 22 de dezembro.
“O presidente cai sempre ao nível mais baixo com seus tuítes ridículos”, criticou o deputado democrata Dwight Evans no Twitter. “Seu governo é a causa da dor e do sofrimento na fronteira. Nada do que disser mudará esta realidade”, afirmou.
Já para o “Washington Post”, “Trump politiza a morte de duas crianças imigrantes para marcar pontos em sua guerra sobre o muro fronteiriço”.
A secretária de Segurança Interior, Kirstjen Nielsen, viajou a Yuma, no Arizona, no segundo dia de uma visita para observar as operações na fronteira, depois que, na semana passada, afirmou que serão tomadas “medidas extraordinárias” para enfrentar o número crescente de crianças imigrantes sob custódia.
“Sob meu comando, todas as crianças que estiverem sob custódia no serviço de vigilância de fronteiras serão submetidas a uma avaliação médica exaustiva”, afirmou a funcionária.
Kirstjen afirmou que, nos últimos dois meses, agentes detiveram 140 mil pessoas na fronteira sul, contra uma cifra de 75 mil no mesmo período de 2017.

Paralisação orçamentária
Mais cedo neste sábado, o presidente voltou a responsabilizar os democratas pela paralisação orçamentária:
“Estou na Casa Branca esperando que os democratas venham e façam um acordo sobre Segurança Fronteiriça”.
O presidente já havia prometido que não cederá até que consiga o dinheiro para o muro.
A secretária de Segurança Interior, Kirstjen Nielsen, afirmou hoje que, “se o Congresso atuar, poderemos solucionar a crise a partir de amanhã, mas, em vez disso, continuamos fazendo mais com menos”.
A paralisação acontece em um contexto de tensão, após o anúncio presidencial esta semana sobre a retirada das tropas americanas da Síria, o que provocou a renúncia do secretário de Defesa Jim Mattis e do enviado para a coalizão internacional antijihadista, Brett McGurk.

G1

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