Veja o que liga o governo de Donald Trump à Rússia

Publicado em 7 de novembro de 2017

trumpA ligação entre pessoas próximas ao presidente americano Donald Trump e indivíduos relacionados com o governo de Vladimir Putin é investigada nos Estados Unidos para estabelecer se houve ou não influência de Moscou no resultado das últimas eleições americanas, das quais o empresário nova-iorquino saiu vitorioso. Um suposto conluio entre russos e membros da equipe de Trump é alvo de investigação do conselheiro especial Robert Mueller e de alguns comitês do Congresso americano.
A Casa Branca nega que a campanha de Trump tenha se aliado com os russos para interferir na eleição.
Neste domingo (5), uma nova ligação veio à tona: segundo documentos vazados, o secretário de Comércio americano, Wilbur L. Ross Jr. tem participação em uma empresa de navegação que faz negócio com uma produtora russa de gás em que são sócios o genro de Putin, Kirill Shamalov, e outros russos, que foram alvos de sanções norte-americanas.
Veja a seguir as principais ligações entre pessoas próximas a Trump e russos que têm relação com o governo de Putin.

Manafort atuou na Ucrânia
Antes de virar chefe de campanha de Trump, Paul Manafort assessorou durante anos o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych, que é aliado do governo russo. Na Ucrânia, ele recebeu pagamentos milionários sem declarar. Junto com seu ex-sócio Rick Gates, foi indiciado por conspiração contra os Estados Unidos, lavagem de dinheiro e falso testemunho e colocado em prisão domiciliar até o julgamento. Manafort deixou a campanha de Trump antes da reta final da eleição.
As acusações contra Manafort e Gates detalham o que os promotores dizem ser um esquema para esconder do fisco americano o dinheiro ganho com a atividade na Ucrânia. As autoridades afirmam que Manafort lavou mais de US$ 18 milhões no exterior.
Os dois se declararam não culpados em todas as acusações perante à juíza A. Robinson da Corte do Distrito de Columbia.

Papadopoulos marcou reunião com russo
O então conselheiro da campanha de Trump marcou uma reunião com um acadêmico (não identificado) próximo a autoridades russas após este ter lhe dito que seus interlocutores tinham “sujeira” contra a candidata democrata Hillary Clinton na forma de “milhares de e-mails”.
Ele se declarou culpado por ter mentido na investigação em curso do FBI sobre suas relações com pessoas próximas ao governo russo.

Reunião com advogada russa
Em junho de 2016, Paul Manafort, Donald Trump Jr., o filho de Trump, e Jared Kushner, genro de Trump que na época trabalhava em sua campanha, se reuniram com a advogada russa Natalia Veselnitskaya achando que ela revelaria informações sobre a candidata democrata Hillary Clinton durante a disputa eleitoral. Segundo a imprensa norte-americana, a advogada seria ligada ao Kremlin, mas Natalia nega a informação.
Na reunião, realizada na Trump Tower em Nova York, também participou o ex-militar russo Rinat Ajmetshin.
Trump Jr disse que se encontrou com a advogada russa à pedido de um conhecido e que a advogada não forneceu informações significativas. Kushner disse que o encontro foi sobre a proibição de americanos adotarem crianças russas.

Kushner e o embaixador russo
O genro de Trump, Jared Kushner, também se reuniu com o presidente de um banco estatal russo e o embaixador russo em Washington, Sergei Kislyak, durante e após a campanha presidencial. Em uma reunião com o embaixador, na qual também estava presente o ex-assessor de Trump Michael Flynn, Kushner teria pedido a criação de um canal de comunicação secreto entre a equipe de transição de Trump e Moscou, segundo o jornal “Washington Post”. Kushner nega a informação, dizendo que “jamais” fez a proposta ao embaixador.

O procurador e o embaixador russo
O procurador-geral dos EUA, Jeff Sessions, se reuniu com o embaixador russo em Washington meses antes da eleição, quando assessorava Donald Trump sobre política externa e outros temas. Segundo o “Washington Post”, eles teriam discutido temas relacionados com a campanha presidencial americana.
Sessions disse em seu testemunho para confirmação de cargo no Congresso que não teve conversas com os russos e tempo depois disse que se reuniu com Sergei Kislyak para discutir terrorismo e a situação na Ucrânia, e não temas da campanha eleitoral. Sessions diz que a ideia de que teria participado de um conluio com autoridades da Rússia é uma “mentira detestável”.
Rex Tillerson e os negócios com estatais russas
O atual secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, fez negócios com duas empresas estatais russas, a Rosneft e a Gazprom, quando era presidente da Exxon Mobil. Ele também é amigo de Igor Sechin, presidente-executivo da Rosneft, que anteriormente era vice-primeiro-ministro de Putin.
Secretário de comércio e os negócios com empresa russa
Neste domingo, a divulgação dos chamados Paradise Papers revelou que o secretário de Comércio americano, Wilbur L. Ross Jr. tem participação em uma empresa de navegação que faz negócio com uma produtora russa de gás em que são sócios o genro de Putin, Kirill Shamalov, e outros russos, que foram alvos de sanções norte-americanas.
Segundo o jornal “New York Times”, a participação pessoal de Ross na empresa foi reduzida quando ele assumiu o cargo, em fevereiro, mas o secretário manteve um investimento em parcerias avaliadas entre US$ 2 milhões e US$ 10 milhões.

Michael Flynn e o embaixador russo
Michael Flynn foi forçado a renunciar em fevereiro ao cargo de conselheiro de Segurança Nacional, menos de um mês após assumir o cargo, por não revelar o conteúdo de suas conversas com Sergei Kislyak, o embaixador russo nos Estados Unidos, e de não informar o vice-presidente Mike Pence sobre as conversas.
Nessas conversas, que ocorreram antes da posse de Trump, no dia 20 de janeiro, interceptadas pelo FBI, Flynn falou das sanções contra o Kremlin pela suposta ingerência da Rússia nas eleições dos EUA, impostas pelo ex-presidente Barack Obama.
Em sua carta de renúncia, Flynn defendeu que as conversas “são uma prática comum em qualquer transição de tal magnitude”.

Michael Flynn e a TV estatal russa
Documentos divulgados em um inquérito no Congresso dos EUA mostram que Flynn recebeu mais de US$ 33.750 da RT, rede de televisão estatal na Rússia, por participar de um evento em Moscou em dezembro de 2016. A rede RT foi identificada no ano passado pela inteligência dos EUA como um braço de propaganda do governo russo.
Flynn tinha se aposentado meses antes como chefe da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA. Uma cláusula da Constituição proíbe militares aposentados de aceitarem dinheiro de governos estrangeiros.
G1

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