Vila Belmiro recebe 100 refugiados para jogo entre Santos e Internacional

Publicado em 27 de setembro de 2015

A partida entre Santos e Internacional neste domingo, às 11h (de Brasília), na Vila Belmiro, receberá um grupo especial de torcedores. O clube, em parceria com a ONG Oasis Solidário, levará 100 refugiados sírios para assistir ao confronto válido pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Os convidados vão sair de São Paulo de ônibus e serão recebidos logo cedo na Vila. O roteiro inclui café da manhã e visita ao Memorial das Conquistas, antes da ida às arquibancadas.

A ideia surgiu após a foto chocante de menino morto encontrado em uma praia da Turquia. O torcedor Marcos Maldonado entrou em contato com Mohamad El Kadri, responsável pelas relações institucionais da ONG, e sugeriu algo em conjunto com o Peixe. A sugestão foi aceita por Silvia Maria Tagé Thomaz, esposa do presidente Modesto Roma Júnior, que passou a liderar a ação.

– Esta ação do Santos é de fundamental importância. Por meio do clube, reconhecido mundialmente, poderemos divulgar o trabalho e toda a necessidade dos refugiados. Todos receberam muito bem a ideia. Agradecemos ao Peixe. Foi um gol de placa – comemorou El Kadri.

Membros da Oasis distribuirão panfletos dentro e fora da Vila Belmiro com informações de como as pessoas podem fazer doações. A maior necessidade é de leite em pó, fraldas descartáveis e medicamentos.
– A Oasis tenta colocar os sírios em programas sociais, como auxílio-moradia, mas é muito difícil. Com a ajuda da comunidade, alugamos casas e espaços para as pessoas morarem. De uma forma geral, a entidade busca apoio e ações que possam resultar em ajudas mais efetivas. Para a entidade poder dar uma assistência mais real, como ajuda psicológica, psiquiátrica. Há muitos traumas – explicou o responsável pelas relações institucionais da ONG.
Os refugiados precisam ser regularizados antes de procurarem por empregos. O aprendizado da língua portuguesa também é uma das preocupações.
– O trabalho é muito difícil. A guerra começou em 2011 e temos algo entre 6 a 7 milhões de refugiados, 2079 no Brasil, a maioria em São Paulo. Todos eles cadastrados pela associação. Procuramos levá-los às concentrações de comunidades árabes. Com a ajuda de professores voluntários, eles aprendem a língua portuguesa – detalhou El Kadri, que ainda atenta para as dificuldades de entrada no mercado de trabalho.

– Há todo um processo de regularização. Com parcerias, eles tiram o RNE (Registro Nacional de Estrangeiros) e, com isso, abrem contas em banco e conseguem a carteira de trabalho para poderem buscar empregos. Com a crise e dificuldade no mercado, a comunidade árabe absorve parte desses refugiados – complementou o filho de sírios, presente na ONG desde 2011.

Esta não é a primeira vez que o Santos se engaja em questões sociais. No ano passado, o clube fechou uma parceria com a Unicef para participar de projetos que auxiliam crianças que necessitam de cuidados especiais.
Globoesporte

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