A ANGELICAL FADINHA DA FLORESTA

Publicado em 5 de novembro de 2017

Mimosa, Mimosa, onde está você? tá na hora de tirar o seu leite.
Quem está chamando a vaquinha é o seu Lindomar. Aquele bovino era praticamente parte da família daquele pobre e humilde sitiante.
Seu Lindomar, já era um velhinho, baixinho, nem preto, nem branco, cabelo minguado, banguelo, mais feio que a própria feiura, sua cônjuge era a dona Ernestina, tão feia quanto.
Os filhos eram três rapagões até bonitos, Anísio, Dionísio e Aluísio.
Viviam eles, numa casinha pobre, num vale triste, ao lado de uma floresta mais triste ainda, sem atrativo nenhum, pertinho dali, passava um riachinho xoxo que só dava lambari.
Os meninos ainda eram donzelos, nunca tinham visto uma mulher pelada (a mãe não conta, era pecado) eu acho que nem com roupa.
Obs. essa história não é minha não, só estou narrando, também não sei de quem é, eu acho que deve ser D. P.
E tinha a vaquinha Mimosa (não sei se era bem esse o nome da vaquinha, mas como sou eu que estou escrevendo, eu ponho o nome que eu quero) alem do mais, achei esse nome supimpa, eu nunca tinha visto antes esse nome em outra vaquinha.
Naquele dia, a quadrúpede mugidora não atendeu ao chamado do seu dono, mas ele continuou chamando e campeando, até que finalmente achou a ruminante, mas ela estava morta, estava com os olhos esbugalhados, língua de fora e uma fisionomia tremendamente feliz.
Voltou ele correndo pra casa e contou pra patroa o acontecido, o coração da véia não aguentou e ela também bateu com as cacholetas, diante dessa cena , o idoso não resistiu, deu um revertério e também morreu.
Os rapazes ficaram sem chão, também, pudera ! nunca tinham visto um defunto, que dirá dois de uma vez. E agora, o que fazer? então lembraram da fadinha da floresta, que diziam, tinha poderes mágicos ( essa história não aconteceu no Brasil, no nosso folclore não tem fadas, só Saci, Curupira, Mula sem cabeça, Boto cor de rosa, Iara e Serguei ) quem sabe ela fizesse reviver os três cadáveres.
Contaram o acontecido e ela disse que era facílimo de resolver, num estalar de dedos, num piscar de olhos e não ia ficar caro, o pagamento seria…..o mais velho dos meninos, o Anísio, teria que fazer amor com ela, dez vezes seguidas, se ele não conseguisse, também morreria., ele topou e foram pro abatedouro, com uma voluptuosidade sem limites, ele começou o serviço e da-lhe uma, da-lhe duas, três cinco, sete, até parecia esse escritor que lhes escreve, da-lhe nove, na décima, ele arriou e mó-reu.
Então a fadinha falou se o Dionísio queria tentar, só que agora era mais caro, era mais gente pra ressuscitar, o preço agora era vinte, ele foi, qualquer sacrifício vale a pena, pelo amor a família.
Começou igual a um galo, era uma atras da outra, sem tomar fôlego, mas antes de chegar na décima quarta, Dionísio já era o quinto defunto.
Só restava o Aluísio, jovem fogoso, cheio de saúde, vigor, vida e muito espermatozoide doido pra conhecer o mundo.
O tributo dessa vez era um pouco mais pesado, seriam trinta transas cheias de amor e beijos, nem mais,nem menos.
Trinta ?,questionou ele.
Ela responde….sim, trinta, topas?
De novo ele…..mas, trinta é muito! e se a senhora não aguentar e morrer, como aconteceu com a vaquinha ?

Valdir Fachini
valdirfachini53@gmail.com

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