Advogados de Bolsonaro admitem que ele imprimiu a minuta do golpe. Texto decretava estado de Sítio no Brasil

Publicado em 10 de fevereiro de 2024

A defesa de Jair Bolsonaro (PL) admitiu que ele imprimiu a minuta golpista encontrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (8), em sua sala, na sede do Partido Liberal, em Brasília. Segundo informações obtidas pelo Blog da Julia Duailibi, no portal g1, os advogados de Bolsonaro alegam que a impressão do documento se deu por “problemas de visão”.
“O ex-presidente não tem o costume de fazer a leitura de textos no próprio telefone celular, certamente em razão das dimensões limitadas da tela e a necessidade hodierna de uso de lentes corretivas, razão porque pediu à sua assessoria a impressão do documento em papel”, diz a nota enviada pela defesa.
A minuta em questão foi encontrada pela Polícia Federal dentro da sede do PL, em Brasília, durante a operação contra tentativas de golpe no Brasil, denominada Operação Tempus Veritatis. O texto defendia a decretação de um estado de sítio, além da garantia da lei e da ordem no país, argumentando que essa ação estaria “dentro das quatro linhas da Constituição”, expressão frequentemente utilizada por Bolsonaro em atos e discursos públicos durante seu mandato.
“Afinal, diante de todo o exposto, e para assegurar a necessária restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil, jogando de forma incondicional dentro das quatro linhas, com base em disposições expressas da Constituição Federal de 1988, declaro o estado de Sítio e, como ato contínuo, decreto operação de garantia da lei e da ordem”, dizia o parágrafo final do documento.
De acordo com a versão da defesa de Bolsonaro, ele recebeu tal documento pelo celular em 18 de outubro de 2023. A minuta teria sido encontrada após a apreensão do celular do tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. A nota da defesa de Bolsonaro de hoje diz que o ex-presidente, “tendo tomado conhecimento da existência [de minutas golpistas] só e somente por conta da apreensão do telefone do tenente-coronel Mauro Cid, e a partir do acesso que lhe foi legalmente oportunizado por seu advogado constituído na investigação, que identificou tais elementos.”
“A impressão provavelmente permaneceu no local da diligência de busca e apreensão havida na data de hoje, que alcançou inclusive o gabinete do ex-Presidente, razão porque lá foi apreendido”, complementa a nota.
Vale apontar que, segundo esta versão dos advogados de Bolsonaro, “o documento já integrava a investigação da PF” antes da busca e apreensão feita na sede do PL nesta quinta-feira.

Brasil 247

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