Carta Aberta aos artistas, a população em geral e ao senhor prefeito Bruno Cunha Lima

Publicado em 29 de agosto de 2022

Em primeiro lugar gostaríamos de deixar claro a todos que essa carta não tem cunho político nem mesmo a intenção de atingir a gestão do atual prefeito. Falamos isso porque com certeza, para se livrarem da culpa e omitirem suas responsabilidades, haverão de dizer que é uma carta de viés político tentando desacreditá-la ou até mesmo diminuir seu conteúdo e sua importância.
Pelo contrário, essa carta construída por várias mãos, quer apenas entender o que se passa na SECULT-PB e se o que se passa alí tem a conivência e a anuência do Senhor Prefeito Bruno Cunha Lima. Em segundo lugar essa carta dá voz a muitos que não tem a força e o poder de gritar esse grito preso na garganta, essa vontade de que Campina seja uma cidade tão grande quanto seu nome e com políticas públicas culturais de fato e de direito que façam jus ao enorme talento de seu povo.
Vendo por essa lado, essa carta é um clamor para que posturas e atitudes sejam corrigidas a tempo de se devolver o palco a quem de fato e de direito o merece: os artistas. Vamos aos questionamentos: 1) Quais são as efetivas e urgentes políticas públicas elaboradas pela SECULT de campina Grande? O que de fato tem sido feito por esse secretaria? Quando falamos de políticas públicas não vamos aqui envolver a Lei Aldir Blanc, nem a recém aprovada Lei Paulo Gustavo, mas o que de fato foi idealizado e preparado pela SECULT para melhorar a vida dos artistas de Campina Grande? Não falamos aqui de eventos. Eventos que são realizados pela secretaria com recursos federais e que não dá vez nem voz aos artistas, não é um bem público. Eventos tem aos montes. Milhares. Mas o que de fato está sendo feito para o artista? Para melhorar suas condições de trabalho?
2) Falando sobre a Aldir Blanc, os artistas tiveram dignidade e respeito em suas apresentações? Foi oferecida as melhores condições técnicas? Tiveram direito a uma plateia para apresentarem sua arte? Vejam só, para citar só um exemplo: no dia 29 de Junho o grupo Saudosa Maloka se apresentou no Mini Teatro Paulo Pontes ás 19h, quem não sabe é um grupo de Grupo de rap e trap de Campina Grande PB formado por 3 MC,s, o Darkam, Bozo MC e Mano Magno. Só que na apresentação da banda não houve plateia e os cantores reclamaram porque prepararam um show e queriam um publico que os prestigiasse. No momento em que estavam reclamando com alguns prestadores de serviço da Secult, uma camareira ficou indignada e falou em favor dos artistas, questionando a divulgação, porque se não tem boa divulgação, não tem publico. Vocês sabem o que aconteceu com essa moça? Ela não teve seu contrato renovado! Estranha coincidência ou mera perseguição?
3) Falando em Teatro Municipal, vocês sabiam que a secretária de cultura tem uma vaga cativa num estacionamento público? Que em dias de evento, os vigias do teatro são obrigados a passarem o dia tocalhando carros pra que nenhum deles estacione nessa vaga? Quem já viu a cena nunca esqueceu, se os vigias bobearem e deixarem algum carro estacionar no lugar reservado para a poderosa senhora, ela perde a compostura e protagoniza um verdadeiro show! Secretária, lugar de show não é humilhando funcionários com seus desacertos emocionais. Muito menos despejando ataques e ameaças a funcionários e servidores submetidos á senhora direta ou indiretamente. O nome disso chama-se abuso de poder ou assédio moral! Será que se fosse o Senhor Prefeito estacionando em “sua vaga” a senhora também o destrataria?
4) Ainda sobre o teatro mas também extensivo a outros eventos, vocês sabiam que os shows realizados pela secretaria só podem começar se a secretária tiver chegado? Não importa o quanto atrasem, ela tem que abrir todos os eventos num total desrespeito ao público que chegou na hora marcada para assistir ao espetáculo. Que coisa amsi feia, secretária, quanto desrespeito!
5) Falando na secretaria de cultura de nossa cidade, temos ainda outro questionamento. Porque a Senhora em todos os eventos da SECULT CG não dá oportunidade aos nossos artistas de música? Temos vários artistas na cidade que sobrevivem de sua arte. Tocando e cantando em barzinhos por cachês humilhantes. Porque todas as vezes que temos algum evento da SECULT os nomes são os mesmos e se repetem sempre: Augusto Bezerra, Edra Veras, Stella Alves, Erika Marques? Esses cantores estão recebendo cachê por esses shows avulsos ou está havendo aí um desvio de função onde eles são contratados para realizarem uma atividade e acabam tendo que fazer shows e apresentações em tudo quanto é canto, a toda hora e lugar, faça chuva ou faça sol, de eventos públicos a confraternizações particulares? A senhora ao menos pagou um cachezinho quando esses cantores cantaram em sua festa particular? Ou eles foram com os salários pagos pela prefeitura? Ou foram apenas com medo de perder seus contratos? Usar artistas para benefício próprio não é exatamente o que a população espera que seja feito por uma secretária de Cultura?
6) Uma grande dúvida nos ocorre: será que o prefeito sabe que a senhora tem usado e abusado desses artistas contratados ao bel prazer? E se ele sabe, será que concorda que isso aconteça? E se concorda, então é porque ele acha justo artistas se apresentar sem cachê, ou acha justo o desvio de função a que são submetidos?
7) Fica aqui uma sugestão: Ouça os artistas prefeito. Mas não ouça só os artistas da secult, não. Ouça os artistas indignados por uma secretaria que parece uma vitrine de vários nadas, com um brilho de um falso brilhante que apenas se utiliza do talento e do brilho alheio pra se auto promover e se manter num cargo, sem pensar em fazer algo efetivo que promova a cultura em suas diversas expressões, principalmente a de periferia, marginalizada e esquecida absolutamente por essa gestão.
8) Porque a senhora secretaria contratou todos os integrantes de um balé particular, o ballet cidade de campina grande que pertence ao senhor Erasmo Rafael que já teve em outro momento sua idoneidade e vida publica como gestor do teatro municipal questionada. E se os contratou para dar aula, porque usa os bailarinos em shows e eventos e em tudo quanto é canto? Mais uma vez perguntamos se o prefeito concorda que bailarinos sejam contratados para dar aula e sejam obrigados a serem desviados de suas funções para estarem presentes em vários eventos da Secult.
9) Será que o prefeito sabe das condições a que esses artistas são submetidos? Sobre as condições de trabalho, os artistas quando trabalham a noite recebem adicionais noturnos? Nos finais de semana ou feriados, recebem hora extra?
10) Porque os artistas que foram contemplados pela lei Aldir Blanc para dar sua contrapartida foram muitas vezes obrigados a se apresentar ou dar seus cursos sem que houvesse um acordo prévio, e se houve como se deu esse diálogo com a classe artística? Em que momento ela recebeu os artistas ou ouviu suas reais necessidades? Será que o prefeito sabe que os artistas adorariam sentar com ele para sugerir idéias de uma política concreta e não essa fábrica de eventos que se tornou a secult, muitos deles sem boa qualidade que a secretária faz apenas para auto promoção?
11) Porque não se cria um sistema de rodízio de apresentações onde é dada a oportunidade e um cachê digno aos diversos artistas campinenses de modo a se criar uma politica publica que funcione de verdade e produza bons feitos?
12) Voltando a falar de Erasmo Rafael cuja gestão deixou o teatro em ruínas sem energia elétrica, com o elevador quebrado e com diversas pautas pagas de maneira ilícita e suspeita, porque quando saiu o edital da lei Paulo Gustavo a secretária se reuniu com ele conforme registrou em suas redes sociais? Não basta os laranjas que esse senhor usou para contemplar mais de 10 projetos na Secult CG, mesmo sendo na época secretário adjunto da secult? Porque a secretaria consultaria uma pessoa que tem suspeitas em sua vida publica conforme fatos levantados em outro documento que recebemos e que foi amplamente distribuído entre a classe artística?
13) As crises de autoridade da secretaria faz com que diversos funcionários tenham sido suas vitimas, mas por serem pais e mães de família não a denunciam porque tem medo de perderem seus contratos. Ainda bem que isso não é regra geral da gestão do prefeito, pelo contrário! As outras secretárias andam bem das pernas, lá existe respeito e bom trato. Qualquer pessoa que andar pela secult sabe que os mandos e desmandos são muitos, que os mau tratos são constantes.
14) Esperamos que essa carta incentive outros artistas a questionarem o que de fato a secult CG fez e faz para o artistas ao longo desses dois anos de gestão, que denunciem qualquer maltrato e nos ajude a todos nós a denunciar abusos de poder e de autoridade e fazer com que tudo isso chegue ao ouvido do prefeito, para que posturas sejam corrigidas e reparadas com urgência.
15) Artistas de campina grande a produção cultural esta maltratada e sucateada, vamos unir forças e exigir nosso direito. Exigir que as pessoas que estão no serviço publico possam de fato fazer o que deveriam fazer lá, proporcionar uma melhor politica publica e de fato cultural. Nossa cidade tem potencial para grande produções. Nos ajude a gritar e a nos fazer ouvir, junte sua voz á nossa e exija que a Secult deixe de ser vitrine de egos e passe a ser de fato uma secretaria a serviço dos artistas e da população, mas não de alguns poucos e privilegiados artistas amiguinhos da secretária, e sim de toda a classe artística.

Assina: UM GRUPO DE ARTISTAS DE CAMPINA GRANDE

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