CASO ANA SOPHIA: Polícia e Justiça não se entendem e relatório final do caso ainda não foi concluído. Desaparecimento completa 8 meses

Publicado em 4 de março de 2024

Pela segunda vez a Justiça devolveu o inquérito enviado pela Polícia Civil sobre o desaparecimento da menina Ana Sophia, e de novo está cobrando mais diligências, anexação de provas documentais ou testemunhais ou outros elementos que possam esclarecer o mistério, que completa 8 meses nesta segunda-feira, dia 4 de março. Em dezembro do ano passado o inquérito foi enviado para a Justiça, mas foi devolvido com pedido de novas diligências, o mesmo acontecendo já em 2024 e, de novo, o caso voltou para a Polícia Civil, com a mesma solicitação.
Até o momento todo o trabalho de investigação, conclusão, certezas e afirmações, e um relato completo da dinâmica de um crime sobre o caso do desaparecimento da menina Ana Sophia não surtiu nenhum efeito positivo perante a Justiça, que por falta de provas não aceitou o indiciamento do único suspeito: Thiago Fontes.
De acordo com a investigação, Ana Sophia saiu de casa no distrito de Roma, em Bananeiras (PB) no dia 4 de julho, foi na residência de uma amiguinha de escola e em seguida teria iniciado uma caminhada de volta para casa, só que nunca chegou ao seu destino. No meio do caminho, ainda segundo a investigação policial, a menina teria entrado na residência de Tiago Fontes e a partir desse momento não foi mais vista viva ou morta e ninguém teve mais nenhuma informação sobre seu paradeiro.
Este segundo pedido de mais diligências em torno do caso tem o prazo de 20 dias para ser atendido e acaba ainda em março, segundo informou o advogado Marcus Alânio, que defende Thiago Fontes. Mesmo com toda investigação, relato da dinâmica de um crime, afirmações e certezas que diz ter, a Polícia Civil não consegue convencer a Justiça. O advogado disse que está esperando que haja uma conclusão do relatório final do inquérito para poder se pronunciar sobre o caso e adotar alguma providência sobre a participação, ou não, de seu cliente.

SUSPEITO
Tiago Fontes era marido de uma das professoras de Ana Sophia. A polícia investigou o caso, o apontou como único suspeito e em seguida como responsável pelo desaparecimento da garota, inclusive chegando a conclusão que Tiago matou e escondeu o corpo, sendo o crime cometido por motivação sexual. Tiago sempre negou o crime e ao ser ouvido na delegacia disse inclusive que nem viu a menina na sua casa. A mulher dele e uma babá que estavam no local disseram a mesma coisa.
Apesar das buscas feitas por bombeiros, polícia, voluntários e todo um trabalho com uso de cães farejadores e helicópteros, nenhum vestígio da menina foi achado nem qualquer indício de que esteja viva ou morta. A casa de Tiago foi periciada, assim como seu carro, mas nada que pudesse ligá-lo ao crime descrito pela polícia foi encontrado. Quando completou 4 meses do sumiço de Ana Sophia foi a vez de Tiago também sumir. Após dois meses ele foi encontrado morto e com o corpo pendurado numa árvore numa região de mata também em Bananeiras. A conclusão do caso é que ele se suicidou por enforcamento.
No final do ano passado a Polícia Civil deu entrevista coletiva afirmando que o caso Ana Sophia estava totalmente esclarecido e que não havia nenhuma dúvida de que ela foi morta, que seu corpo foi ocultado e que Tiago Fontes era o único responsável pelo crime. Mesmo morto, ele foi indiciado e o inquérito foi enviado para a Justiça. Após analisar os fatos o Ministério Público entendeu que não há provas materiais ou testemunhais contra ele e orientou pela devolução do inquérito para a Polícia Civil, pedindo mais diligências. A tendência é que o caso fique mesmo sem solução e caia no esquecimento.
Uma única informação nova sobre o sumiço da garota surgida no final do ano passado é que a câmera de segurança que a polícia diz mostrar Ana Sophia entrando na casa de Tiago também mostra ela saindo, sozinha, logo em seguida, só que a polícia nunca tocou nesse assunto, trazido à tona pelo advogado de Tiago, Marcus Alânio. Ele considera que a investigação sobre esse fato específico pode mudar toda a história do desaparecimento da menina.

Por Apolinário Pimentel

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