Deputada diz que mulher “deve entender” que é submissa ao homem e propõe sessão do Dia da Família só com presença masculina. Vídeo

A deputada estadual Mical Damasceno (PSD-MA) propôs que o Dia da Família, comemorado em 15 de maio, tenha uma sessão solene composta somente por homens “para mostrar à sociedade quem é o cabeça da família”. O discurso foi feito nesta quarta-feira (17) durante uma plenária.
“Nós vamos encher esse plenário aqui no dia 15 de maio de macho. A mulher tem que entender que ela deve submissão ao marido. Doa a quem doer”, afirmou. Em referência a Iracema Vale (PSB-MA), deputada estadual e presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, disse que a colega “sabe quem é o cabeça da família, o homem, assim como Cristo é o cabeça da Igreja”.
Em 2022, Damasceno foi eleita deputada na Assembleia Legislativa do Maranhão com 52.123 votos, ficando entre os dez políticos mais votados na região. Apoiadora fiel de Jair Bolsonaro, seu eleitorado foi construído com base nos “valores cristãos”, na “defesa pela família”. Hoje, está em seu segundo mandato na Assembleia Legislativa.
Mical é formada em administração pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema). Com sete seis irmãos e dois filhos, chegou a ocupar o cargo de deputada federal pelo PSDC ainda em 2014. Quatro anos depois, se tornou deputada estadual pela primeira vez, obtendo o maior número de votos da sua coligação.
Esta não é a primeira polêmica da deputada. Ela já foi acusada de intolerância religiosa em setembro do ano passado após discutir com líderes de religiões de matriz africana em uma sessão extraordinária da Comissão de Constituição e Justiça. Damasceno fazia parte do grupo acusado de atacar o terreiro “Ilê Axé Oxum Ôpara”.

Resposta da Alema
Em nota, a Alema informou que a sessão solene do Dia da Família contará com a presença de homens e mulheres. A instituição também escreveu que a fala de Mical “trata-se de uma opinião da parlamentar, respeitada dentro da pluralidade que compõe o parlamento estadual”.

Foto: Perfil Brasil
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