Estudante que matou colega em escola de SP sofria bullying por ser homossexual, afirma advogado

Publicado em 25 de outubro de 2023

O estudante de 16 anos que atacou a tiros a Escola Estadual Sapopemba, na zona leste de São Paulo, sofria bullying havia pelo menos dois anos, segundo o advogado de defesa Antônio Enio.
Na manhã desta segunda-feira (23), Giovanna Bezerra Silva, de 17 anos, morreu, e outros três alunos ficaram feridos ao serem atingidos por disparos de arma de fogo na escola. Após o ataque, o adolescente foi apreendido.
“Há mais de dois anos ele sofria um grave bullying vindo da escola, porque ele é homossexual assumido. Há um tempo ele começou a gravar esse bullying que ele sofria”, afirmou o advogado à Record TV.
Segundo Enio, a mãe do adolescente apreendido procurou a diretora da escola para denunciar os episódios de bullying. Entretanto, ela teria apenas recomendado que o jovem mudasse de unidade.
Inconformada com a atitude da diretora, a mãe chegou a registrar um boletim de ocorrência no 70° Distrito Policial, há cerca de oito anos. Mas ela não representou criminalmente no prazo de seis meses, por isso nenhum inquérito policial foi instaurado.
Ao advogado, o aluno confessou a autoria do crime. Apesar de receber tratamento em um Caps (Centro de Atenção Psicossocial), ele contou que não aguentava mais sofrer bullying e que não estava conseguindo dormir.
No último fim de semana, ele decidiu ir à casa do pai e pegar sua arma. De acordo com a polícia, o registro da arma está regular.
Enio também explicou à reportagem que Giovanna — que morreu com um tiro na cabeça — não era um alvo do adolescente. Sua morte teria sido uma “fatalidade”.

O que diz a Seduc?
A Seduc (Secretaria Estadual de Educação) informou que o aluno envolvido no ataque estuda na Escola Estadual Sapopemba há menos de um ano. Questionada sobre os episódios de bullying e sobre o acolhimento do estudante, a pasta não respondeu.

Veja a nota na íntegra:
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) lamenta profundamente e se solidariza com as vítimas do ataque ocorrido na manhã dessa segunda-feira (23) na Escola Estadual Sapopemba. A Pasta trabalha para aprimorar o atendimento psicológico a toda comunidade escolar, bem como a segurança nas unidades educacionais.
Atualmente, 550 psicólogos realizam atendimentos periódicos nas unidades escolares da rede e a gestão trabalha para ampliar esse contingente. Apenas na unidade em Sapopemba, foram 15 atendimentos psicológicos em um mês. Os profissionais atuam diretamente com os professores orientadores de convivência (POCs) atrelados ao Programa de Melhoria da Convivência Escolar (Conviva). Em 2024, a Secretaria da Educação vai triplicar o número desses professores. A seleção está em curso.
Paralelamente, a Pasta também promoveu a contratação de vigilantes para a atuação nas unidades escolares da capital, litoral e interior do estado. Desses, 700 já iniciarão as atividades até o fim dessa semana e os demais ao término do processo licitatório. Na região administrativa do ABC, por exemplo, o trabalho começou hoje (23). Desde abril, a Polícia Militar disponibilizou o Botão do Pânico no aplicativo da corporação para a utilização pelas escolas estaduais. O botão permite contato direto com o Centro de Operações Policiais Militares (Copom), da Polícia Militar. Esses chamados passam a ser prioritários para a PM. No mesmo período, 165 ataques a escolas foram evitados pelas forças de segurança de São Paulo.

Foto: Terra/Alexsander Vieira
R7

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