Investigação aponta que fugitivos em Mossoró saíram pelo teto das celas. Eles se aproveitaram de obras na unidade para escapar

Publicado em 15 de fevereiro de 2024

Investigações preliminares conduzidas pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) e pela Polícia Federal começam a elucidar algumas lacunas sobre a fuga de dois presos da Penitenciária Federal de Mossoró (RN). Segundo as primeiras informações levantadas, Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento escaparam na madrugada de quarta-feira (14).

Veja o que se sabe até agora, segundo fontes:
🚨Por volta de 3h, os dois saíram pelo teto das celas arrancando uma estrutura metálica de alumínio e cabos de energia ligados à iluminação da cela;
🚨 Em seguida, eles saíram para o pátio e, com alguma ferramenta cortante – possivelmente obtida do canteiro de obras de uma reforma em andamento no presídio – cortaram um alambrado e fugiram;
🚨Câmeras do presídio registraram a passagem deles para o lado de fora, vestindo uniforme de preso;
🚨A administração do presídio deu falta de Deibson e Rogério por volta das 5h, duas horas depois da fuga.

Conjunto de erros
A fuga aconteceu por um conjunto de erros, aponta a investigação preliminar realizada pelo gabinete de crise do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que foi instalado na capital potiguar.
Esta é a primeira fuga da história do sistema penitenciário federal. O ministério iniciou uma minuciosa vistoria no presídio de segurança máxima em resposta à fuga.
Nesta quinta-feira (15), uma equipe de peritos da Polícia Federal retornou ao presídio para dar prosseguimento na investigação sobre a fuga de Rogério e Deibson, que seriam ligados ao Comando Vermelho e estavam em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD).
O Secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, comanda pessoalmente o gabinete de crise instalado na delegacia da PF em Mossoró e determinou um “pente-fino” completo na estrutura do presídio, além de uma reavaliação de todos os funcionários que trabalham no local. A segurança da cadeia federal foi reforçada com mais agentes penais e policiais federais.
O presídio federal de Mossoró está passando por uma série de obras de manutenção, reformas e readequação de espaços, como o pátio e celas. Por ora, segundo as fontes, não há indícios de corrupção para favorecimento da fuga.
• Área total de 12,3 mil metros quadrados.
• Celas individuais de 7m² divididas em quatro pavilhões. Dentro delas, há dormitório, sanitário, pia, chuveiro, uma mesa e um assento. Não há tomadas, nem equipamentos eletrônicos.
• Mais 12 celas de isolamento para os presos recém-chegados ou que descumprirem as regras.
• Cada movimento do preso é monitorado. O chuveiro liga em hora determinada, a comida chega através de uma portinhola e a bandeja é inspecionada.
• As mãos devem estar sempre algemadas no percurso da cela até o pátio onde se toma sol.
• Câmeras de vídeo reforçam a segurança 24 horas por dia, segundo o governo federal.
• Dentro do presídio, ainda há biblioteca, unidade básica de saúde e parlatórios para recebimento de visitas e de advogados, além de local para participação de audiências judiciais.

Foto: Reprodução
G1

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