OH, DISGRAMA!

Publicado em 5 de novembro de 2017

Outro dia, a Osvalda, minha esposa, pediu pra que eu fosse no empório do seu João, comprar uns trens pro almoço, acho que era macarrão enroladinho, carne moída, massa de tomate e mais alguma coisa que já não me lembro mais o que era.
Então eu estava indo pro empório,( obs. antigamente empório, era venda ou armazém, hoje é nome de casa noturna de balada, dizem que é empório e cachaçaria, mas você chega lá e não tem feijão, farinha de mandioca, nem pinga ) eu estava indo pro empório (também não existe empório nem nos vilarejos mais, agora fazem um comodozinho do tamanho de uma privada e colocam o nome de supermercado, se eu conheço bem, supermercado é aquela lojona na cidade, com aquelas garajonas pra mais de mil automóveis) voltando ao mesmo assunto, estava eu a caminho do empório, quando me deparo com meu amigo e compadre Felizberto, todo borocoxô, sentado num banco da pracinha, de longe fiquei observando, ele estava quieto, pensativo, com a mão no queixo, não se mexia nem um centímetro pra cá, nem pra la, se um passarinho cagasse na cabeça dele, ele nem ia perceber.
Fui conversar com ele pra saber o que estava acontecendo, o porquê daquela tristeza toda, foi então que ele me explicou.
Assim começou sua narrativa.
Oh, disgrama….sabe o que é compadre? Hoje de manhã, eu fui la no curral pra ordenhar minhas vacas, como eu faço todo dia, você sabe que eu tiro o leite na mão, eu não tenho ordenhadeira, então, quando eu estava na terceira vaca, a Estrela, até parece que ela estava de ovo virado, não ficava quieta um segundo, nisso ela deu um chute no balde e derramou todo o leite que eu já tinha tirado, então eu arranjei um léi de corda e amarrei a pata dela num pau do curral.
Voltei a tirar o leite, mas a danada não sossegava, comecei assobiar pra ver se ela se acalmava, mas não adiantou nada, nesse desassossego, com a pata que estava solta ela chutou de novo o balde, ai que tive que arranjar outro pedaço de corda e prender a outra pata também.
Eu achei que com a outra pata presa também, eu iria conseguir terminar meu serviço tranquilo, engano meu, o rabo estava solto e com uma rabada ela emborcou a vasilha outra vez.
Decidi que tinha que amarrar o rabo também, só que não tinha mais corda, que fiz eu então? tirei minha cinta e comecei a amarrar o rabo dela na travessa do telhado.
Mas o telhado é alto, então eu tive que subir no banquinho, estava eu ali tentando amarrar o rabo da ruminante, conforme eu ergui os braços, a minha calça caiu e eu não costumo usar cueca, mas como eu já estava quase conseguindo atar, continuei e a vaca ficou ali se mexendo e se esfregando, nisso minha mulher entrou no curral e viu a cena….oh, disgrama!

Valdir Fachini
valdirfachini53@gmail.com

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