Presidente da Faepa diz que o “Nordeste não quer favor nem esmola. Quer política pública”

Publicado em 1 de dezembro de 2017

marioO presidente da Federação da Agricultura e Pecuária da Paraíba (Faepa) Mário Borba, que também é o 1º vice-presidente de secretaria da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) disse recentemente em Campina Grande durante entrevista ao radialista Edil Francis, que todos os governantes nacionais que passaram pelo Brasil até hoje “só olharam para o Nordeste pra fazer favor ou dar esmola. E o Nordeste não quer favor nem esmola. O Nordeste quer políticas públicas”.
Conforme Mário Borba, não faz sentido que o Pronaf do Rio Grande do Sul e São Paulo seja o mesmo da Paraíba, mas que no sul há três colheitas por ano enquanto que na Paraíba são 10 anos pra que aconteçam três colheitas. “É preciso investir no semiárido, mas de modo certo. Tem que ser na pecuária, valorizar o leite de cabra, por exemplo. Por que o governo federal ao invés de dar sementes não dá cabra para reproduzir”, indaga Borba.
Ele disse que o Brasil já teve 60% de sua população no meio rural, mas hoje são só 17% e a previsão é de que esse número caia para apenas 7% em 2.050. Segundo Mário Borba, só vai ficar no campo quem tiver tecnologia e ciência. Outro fator apontado por ele como vergonhoso é o analfabetismo na região Nordeste. Hoje cerca de 23% são analfabetos. Muitos não conseguem nem se inscrever num curso do Pronaf porque simplesmente não sabem assinar o nome.
Por outro lado, Mário elogiou o trabalho do presidente da cooperativa agropecuária campinense, João de Deus, dizendo que ele tem muitas realizações positivas em andamento, sendo uma delas a criação de uma fábrica de mistura de ração, o que vai beneficiar muito os produtores, proporcionando competitividade e melhor preço do produto.

ELEIÇÃO
Mário Borba integra uma chapa que pela primeira vez na história recebeu os votos de todas as 27 federações do país. O presidente eleito, João Martins da Silva Junior, vai presidir a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil pelos próximos quatro anos.
Segundo Borba, isso é uma demonstração de que a classe está unida na defesa dos interesses da agropecuária brasileira e que a nova direção da CNA tem uma grande responsabilidade, diante do momento difícil que vive o sindicalismo nacional.

Apolinário Pimentel
Redação

Banner Add

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Social media & sharing icons powered by UltimatelySocial