Projeto literário nascido no agreste da Paraíba acumula prêmios e reconhecimento pelo Brasil

Publicado em 24 de setembro de 2022

Copiar textos da lousa, escrever redações e “fazer o resumo da matéria” são algumas das rotinas que crianças e adolescentes pelo Brasil convivem todos os dias. Buscando fugir desse costume rígido de produção textual, o projeto “Desengaveta meu texto” surgiu em 2017 para compartilhar as escritas de estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental – 6º ao 9º ano – com o público leitor ampliado. Até então, essa troca ficava restrita às salas de aulas.
Em menos de cinco anos de existência, a iniciativa de uma escola pública do município de Queimadas (PB), localizado a mais de 100 quilômetros da capital paraibana, ganhou notoriedade nacional conquistando o Prêmio Movimento LED – Luz na Educação em 2022. Antes disso, o projeto já havia sido indicado ao prêmio Jabuti, um dos mais tradicionais reconhecimentos literários do Brasil, nos anos de 2018 e 2020. Em 2019, é adotado pela rede estadual de ensino do estado, sendo replicado em escolas periféricas de Campina Grande (PB).
“A escola tem ensinado que para responder à leitura, o estudante precisa preencher longos exercícios e fichas de leitura ancoradas no livro didático. No entanto, pode-se propor diferentes interações, como a produção de podcast literário, um bate-papo na turma, um círculo de conversa com outros leitores, um talk show que aborde a temática do livro, uma entrevista com o autor, entre outras”, diz a professora Patrícia Rosa, fundadora do projeto.
Esse incentivo à leitura e escrita em diferentes formatos é ainda mais importante para estudantes dos Anos Finais, como afirma a superintendente do Itaú Social, Angela Dannemann. A especialista argumenta que os alunos nesta fase se encontram na transição da infância para a adolescência, lidam com transformações físicas, emocionais e comportamentais. “Precisamos urgentemente priorizar as políticas públicas do Fundamental 2 em busca de soluções práticas: sim, assim mesmo, no plural, já que são muitas adolescências”.

Anos finais
Em 2019, o projeto ganhou um novo incentivo graças ao apoio do Itaú Social e Fundação Carlos Chagas por meio do edital “Anos finais do ensino fundamental: adolescências, qualidade e equidade na escola pública”. Além de avaliar seu impacto no território, a parceria possibilitou ampliar o repertório de atividades, tanto para estudantes como para docentes.
No mesmo ano ocorreram três intervenções em cinco diferentes escolas públicas de Campo Grande: a revitalização da biblioteca escolar, a criação do Clube Literário para estudantes e a formação para docentes. Nos dois anos seguintes foram criadas as iniciativas “Tem um livro a caminho”, um delivery literário que distribuiu livros para crianças e adultos das escolas; e o “Saber Conectado”, uma série de eventos e formações on-line destinada aos alunos e docentes.
O projeto estimulou que estudantes pudessem se expressar de diferentes formas, seja ela em redes sociais, internet, textos ou desenhos, melhorando a experiência e a vivência escolar durante esse período desafiador, que são os Anos Finais do Ensino Fundamental. “A escola precisa ser repensada com vistas a criar vários espaços onde o aluno possa aprender e se expressar, não só a sala de aula, mas a biblioteca escolar, o pátio, o laboratório, a casa do estudante, o bairro, etc”, explica Rosa.

Lucas Abreu Antonio
Assessor de Comunicação – Núcleo Itaú Social
lucas.antonio@tamer.com.br
11.99580-9575
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