Suposto envolvimento de autoridade com foro privilegiado leva investigação da morte de Marielle ao STF. Caso está sob sigilo

Publicado em 15 de março de 2024

As investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista Anderson Gomes, mortos a tiros há 6 anos, chegaram ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A TV Globo apurou que o caso foi enviado ao STF pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) após ser identificado o suposto envolvimento de pessoa com foro privilegiado no Supremo.
Foro privilegiado é o termo que designa o fato de que algumas autoridades são julgadas diretamente pelo STF. São elas: presidente, vice-presidente, ministros de Estado, senadores, deputados federais, integrantes dos tribunais superiores, do Tribunal de Contas da União e embaixadores.
A apuração corre em sigilo e não há detalhes de quem seria a pessoa com foro citada nas investigações. O relator do caso no STF é o ministro Alexandre de Moraes. Ele foi sorteado entre os cinco ministros da 1ª Turma.
Fontes da Polícia Federal afirmam que a corporação continua concentrada na investigação sobre o mandante do assassinato.

Como estão as investigações
Seis anos depois, estão presos: Ronie Lessa, Élcio de Queiroz, Maxwell Simões Corrêa e Edilson Barbosa dos Santos.
Ronie Lessa e Élcio são acusados de terem executado o crime. Segundo as investigações, Maxwell participou do plano do assassinato e monitorou a rotina da vereadora, além de ter ajudado Ronnie e Élcio no desmanche do carro usado no crime e do sumiço das cápsulas da munição.
Edilson é dono do ferro-velho onde o carro usado no crime foi desmontado.
De acordo com investigadores, Lessa tratou com a PF de uma proposta de delação premiada e poderia indicar quem seria o mandante do crime que tirou a vida de Marielle.
Ministros do STJ afirmaram de forma reservada que a Corte Especial do tribunal chegou a discutir, em sessão fechada no fim o ano passado, qual seria o foro para analisar a eventual delação. Decidiram que o Ministério Público Federal poderia atuar.
Oficialmente, a PF já informou que fechou delação premiada com o ex-PM Élcio Vieira de Queiroz. Ele dirigiu o carro utilizado na campana que terminou com o assassinato da vereadora.
Na delação de Élcio de Queiroz, Lessa é apontado como autor dos disparos. Lessa foi expulso da PM e condenado, em 2021, a 4 anos e meio de prisão pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime — pena aumentada depois para 5 anos.

G1

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