Valdemar e Anderson Torres rompem ‘pacto de silêncio’ e resolvem falar à PF. Bolsonaro fica em silêncio

Publicado em 23 de fevereiro de 2024

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres não aderiram ao “pacto de silêncio” que prevaleceu nesta quinta, 22, nos depoimentos do inquérito do golpe. Eles decidiram responder aos questionamentos da Polícia Federal (PF).
A PF intimou 23 pessoas para serem ouvidas simultaneamente na investigação. Os depoimentos foram marcados no mesmo dia e horário para prevenir a combinação de versões.
A estratégia dos investigadores acabou frustrada pelas defesas. O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados decidiram não responder às perguntas. Eles alegam que não tiveram acesso a todas as provas que fundamentaram a Operação Tempus Veritatis. O maior interesse é em torno das conversas de WhatsApp obtidas pela PF.
A investigação se debruça sobre a trama golpista que teria sido articulada por aliados próximos do ex-presidente para anular o resultado da eleição e mantê-lo no poder.
O advogado Marcelo Bessa, que representa Valdemar, informou que ele respondeu todas as perguntas dos investigadores. “A defesa não fará qualquer comentário sobre as investigações.”
Anderson Torres também busca demonstrar uma postura colaborativa. O advogado Eumar Novacki, que representa o ex-ministro, confirmou que ele não ficou em silêncio. “Reafirma, assim, sua disposição para cooperar com as investigações e esclarecer toda e qualquer dúvida que houver, pois é o maior interessado na apuração isenta dos fatos.”
Bolsonaro chegou a tentar um salvo-conduto no STF para ser dispensado do depoimento, mas o ministro Alexandre de Moraes negou o pedido e informou que o ex-presidente era obrigado a se apresentar na sede da Polícia Federal, mesmo que não fosse responder às perguntas.

BOLSONARO FICA EM SILÊNCIO
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu à sede da Polícia Federal (PF) em Brasília nesta quinta-feira, 22, para prestar depoimento na investigação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. No entanto, o ex-mandatário optou por permanecer em silêncio durante o interrogatório.
A informação de que o ex-presidente optou por permanecer em silêncio foi divulgada pelo advogado Fabio Wajngarten. Bolsonaro passou menos de meia hora no local.
Além do ex-presidente, outros investigados compareceram para depor, como o ex-ministro e ex-candidato a vice-presidente Walter Souza Braga Netto, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-comandante da Marinha Almir Garnier.
Por estratégia da PF, todos os investigados tiveram que depor simultaneamente, evitando possíveis combinações de versões. Os depoimentos fazem parte da operação Tempus Veritatis, deflagrada há duas semanas pela PF. Segundo as investigações, Bolsonaro e seus aliados teriam se organizado para tentar um golpe de Estado, visando mantê-lo no poder e impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu o pedido da defesa de Bolsonaro e concedeu acesso aos mandados da operação. No entanto, os advogados do ex-presidente solicitaram também o acesso às mídias digitais, como telefones e computadores, bem como à delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, mas não foi autorizado.
Na sequência, a defesa informou que o ex-presidente não iria colaborar com a PF e solicitou o adiamento do depoimento, porém Moraes rejeitou o pedido.

Foto: REUTERS/ Marco Bello
Terra

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